sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Mentes.

«Porque é que o cão abana o rabo?»
«Porque o cão é mais esperto que o rabo.»
«Se o rabo fosse mais espero que o cão,
o rabo abanaria o cão.»

in Manobras na Casa Branca.

O poder da mente vomitado por argumentos.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Caminhos.

- [...] São prisioneiros do seu medo...
- Porque é que têm medo?
- Porque pensam ter-se enganado no caminho. Por isso, censuram-se e têm saudades de uma vida que nunca existiu. [...] É frequente as pessoas terem medo da felicidade. Ainda que a tenham em frente ao nariz, não estendem a mão para a agarrar. A felicidade assusta mais do que os papões.

("Tobias e o Anjo", de Susanna Tamaro - um livro dos finais da infância que reensinou alguns supostos conceitos-base, bem a propósito.)

sábado, 11 de julho de 2009

Férias.

Férias do mundo dos crescidos, no dos mais felizes.
A minha vida é agora, o meu lugar é aqui... e ali.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mãozinha.

Como devem ter percebido, nomeadamente através da minha ausência bloguística, não foram tempos fáceis, estes pertencentes a um passado muito recente. Aliás, não sei se esses tempos sequer existem, mas não é relevante, agora.
Deixem-me, apenas, dizer-vos o quão sortuda me sinto.

Eu não sou mais nem menos que os outros, mas como vejo o egoísmo como uma grave doença do mundo contemporâneo e procuro caminhos para a minha conduta pessoal o mais afastados possível deste, acabo por ser directamente confrontada com a necessidade de reparar os estragos causados pelo egoísmo dos outros. E não levem isto como um discurso da vítima, pois nem sou eu que o digo!
A verdade, é que isto se torna mais explícito em momentos de maior pressão e cansaço injectados no ambiente que me rodeia e que leva as pessoas incluídas nele a terem mais dificuldade a combater a peste egocentrista. Estão a ver? Se sim, conseguem compreender a articulação deste incremento da peste com a minha maior carga de trabalho para a manutenção de um espaço agradável.
Posto isto, muitas vezes acabo por ter grandes dificuldades em terminar a arrumação do meu terreno privado, tal a preocupação com o espaço comum, e isto acaba por me esgotar, enquanto ser humano normal, nem mais, nem menos que os outros.
Basicamente, foi isto: esgotaram-me e andei esgotada.

Então, porque raio é que eu me me sinto sortuda?
Incrivelmente, tudo correu bem, isto é, apesar de nem tudo ter parecido correr bem, os resultados de todo o trabalho têm-se revelado realmente positivos, mais até do que na fase anterior de tempos difíceis, não tão difíceis quanto estes, mas também não com tão bons produtos finais.
Percebem agora?

Sabem o que vos digo? Há mesmo uma mãozinha a puxar os cordelinhos de todos os lados para que sejamos recompensados pelo esforço de fazermos a nossa parte na contribuição do bem comum.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mundos.

Não acredito que entrei no mês de Junho e nem senti... Acham isto normal? Nem o dia da Criança me fez despertar deste sono num mundo paralelo académico!

Por falar em mundo paralelo, hoje pensei... e pensei, e pensei, nas horas em que estive à espera no hospital, e cheguei à conclusão de que o dia 3 de Junho de 2009 me apresentou dois mundos: aquele onde as coisas correm como devem de correr; aquel'outro onde as coisas correm todas como não devem de correr, ou seja, mal.
Por acaso, por um azar enorme, ou por falta de jeito minha para enveredar pelo mundo correcto, eu hoje vivi no segundo mundo.

Desejo para amanhã: regressar ao mundo onde as coisas correm como devem de correr.

sábado, 23 de maio de 2009

Amizades (III).

No processo de construção da amizade, constrói-se um plano de expectativas, baseado naquilo que julgamos conhecer do outro, a quem chamamos de Amigos.
A verdade é que os nossos amigos esperam algo uns dos outros; os amigos esperam que os seus amigos sejam amigos, não sentem simplesmente vontade de ser amigos dos amigos.

De facto, os Humanos são estranhos: só se dão quando existe uma moeda de troca! Mesmo em algumas das mais belas amizades.

Abrir Parêntesis. Hoje fez anos uma rapariga que foi minha colega dos 3 anos até ao 12ºano, sem paragem, e que entrou na mesma faculdade que eu no meu primeiro ano de caloira, antes de decidir mudar de curso. Foi aquela a que posso chamar de verdadeira Colega-de-Sempre.
Ainda que nunca tenhamos sido as melhores amigas, tal era a competição unilateral que estabelecia comigo, ou consigo própria passando por mim, foi giro que olhei para o telemóvel no momento em que passou para as 00h00 e para o dia 23 de Maio e instantaneamente me recordei dela e lhe enviei um sms, ao qual respondeu prontamente. Não sei porquê, senti-me bem; senti que ficou mais do nosso relacionamento de anos do que aquilo que eu algum dia julgara! Fechar Parêntesis.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Enterro do Caloiro.

Foi durante as praxes que as pequenas caloiras cruzaram os primeiros olhares entre elas. Tudo fazia prever que aquele grupo tão diferente e competitivo brevemente entraria em choque... e assim foi.
Porém, juntas rastejaram, cantaram, reclamaram, dançaram, encantaram e aguentaram... Até que os trabalhos começaram a ser pedidos, as apresentações comparadas, ideias copiadas e as avaliações a sair. A competição é lixada, mesmo! Então, quando está tudo com o cansaço à flor da pele, nem queiram imaginar o tamanho que o nosso ego pode revelar...
Ainda assim, algo foi sendo construído - uma turma: com as suas características muito específicas, mas um relacionamento - mais ou menos pacífico - entre todas as pequenas caloiras... que deixam de ser caloiras!

Uma festança de pinguins, onde muitas memórias do longo ano - que ainda não terminou - ressurgiram e foram relembradas, com um sorriso e, para algumas, com uma lágrimazita no cantinho do olho. Ao som da tuna, os corpos são embalados em sintonia... e os copos na mão ajudam à grande festa da amizade!

Será que quando se enterra o lado caloiro, não se pode enterrar conjuntamente aquel'outro competitivo egocêntrico?

Please, give me a break! Sou alérgica a este tipo de competição.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Semi-Verão.

Já me começou a cheirar a Verão. Sabem o que é que isso significa? Vontade de não fazer nada.

É estranho, mas passo o ano a desejar ter tempo para tantas outras coisas - aquelas que gostaria verdadeiramente de fazer, mas que as obrigações não mo permitem sempre - e quando finalmente o tenho, deixo-me invadir por uma qualquer-coisa que me desacelera o cérebro e os membros... e paro.
Sem dúvida que Verão também é sinónimo de praia e férias e afins; mas algo que o caracteriza muito, para mim, são os passeios pela casa vazia, pela manhã, quando uns já saíram para o trabalho e outros ainda dormem, descalça e perdida nos meus próprios pensamentos, falando sozinha... sentindo-me vazia.

Não gosto nada daquela sensação de desocupação, estúpida desocupação, de arrastamento pelos dias, envolvida pela inércia, de sol a sol. E tento combatê-lo!, claro - umas vezes com maior e outras com menor sucesso.
O Verão passado consegui-o muito bem: não parei em casa. Foi fantástico ter ido do final das aulas para a Praia da Galé (monitora de colónia de férias); daí para Braga (visita desejada durante todo o ano aos "tios & primos"); de lá para a Cidadela (ensaio com o conjunto, eu e as minhas baquetas); voltei para casa, mas com a missão-Lisboa (guia turística para uns amigos americanos); rapidamente, parti para Loppiano, Florenza (escola de vida); regressei à minha zona, mas para a casa da amiga (família ainda no Algarve, tempinho com uma das melhores); família regressada, todos para Fátima (Mariápolis Férias também muito aguardada); uma noite em casa e voámos para London (férias familiares, finalmente); regresso final a casa, com a pré-época em força (treinos de basket a toda a hora). Ufff... Nos intervalos, não passei 5 dias seguidos em casa!
Acho que me saí bem e que tenho de repetir a dose este ano para evitar buraquinhos no estômago...

Porém, ainda não é Verão! Bolas: ainda tenho aulas, testes, apresentações e entregas de trabalhos. Como é posso sentir este cheiro a Verão? Pior - como é que posso sentir aquela inércia da desocupação com tanto para fazer?
Esta manhã não tive aulas. Tentei dormir até mais tarde, mas acabei acordando com as obras. Pensei em trabalhar, mas o silêncio da casa vazia à média-luz para espantar o calor chamou por mim... e caminhei, descalça, perdida nos meus pensamentos, até ao vaziozito mais próximo.

Um bom banho deve combater o adormecimento.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Amizades (II).

Os nossos amigos gostam de nós? Sim, mas mais das nossas qualidades, do que dos nossos defeitos... Porquê? Porque o que temos de bom significa uma mais valia para eles.
Se é uma mais valia para eles, é normal que cuidem de nós... Mas é também natural que não nos coloquem à frente deles mesmos. É que, se a coisa der para o torto, antes de nos limparem as lágrimas, talvez expludam com o que têm dentro para cima de nós.
Depois, será que acordam e tiram o lenço do bolso para nos emprestar, enquanto nos acariciam o cabelo, descansado no seu ombro? Visto que são nossos amigos, sim, mas demoram um certo e variável tempo... depende do tamanho do seu próprio ego.

E isto acontece com muitos dos nossos amigos... Não os torna menos amigos, torna-os simplesmente uns amigos mais infectados pelo mundo - é tudo inconsciente o suficiente para não serem considerados amigos falsos.

Felizmente, ainda há excepções de puras e genuínas pessoas.

sábado, 2 de maio de 2009

Amizades (I).

Os amigos, às vezes, são piores que as mães-galinha: defendem os seus com unhas e dentes, tomam partidos, mesmo sem saberem pormenores daquilo que aconteceu; reagem - não agem, reagem - ao sofrimento daqueles de quem gostam e correm riscos.

Riscos? Sim, bolas: conclusões precipitadas.


Precipitações de lágrimas assolam amigos.

Tudo isto depois de um dia fantasticamente solarengo vivido na Cidadela, no dia 1 de Maio! O que vale é que aqui a baterista ficou com algumas dores nos braços mas o espírito cheio... cheio de força para mostrar aos amigos o que é realmente importante.

domingo, 26 de abril de 2009

Oportunismo.

Num esforço conjunto, começamos a entender o significado desta palavra... Começamos, sim, uma mais à frente que a outra, também porque uma começou a sua reflexão há uns dias e outra há já uns anos, mas ainda assim é somente um início no entendimento. Caramba, não é fácil!
É comum, no exercício que realizámos separadamente, que o encadeamento de ideias nos leve a dois pontos fulcrais: interesse e egoísmo; conjugados, teremos então o oportunismo. Fantástico! Ou não... 

O que é o oportunismo?
[Uma] Política que consiste em tirar o melhor partido das circunstâncias, transigindo, quando necessário, com os princípios; [um] comportamento do [/de um] indivíduo que orienta a sua actividade segundo as circunstâncias e que subordina os seus princípios aos seus interesses do momento. 
Assim, interesse + egoísmo = oportunismo, até faz sentido, não?

Faz-nos espécie [adoro esta expressão, Sofia!] como é que há pessoas que só conseguem olhar para os seus próprios interesses e que só se aproximam dos outros com o único propósito de vir a beneficiar dessa relação, de apanhar a primeira oportunidade para conseguir concretizar os seus interesses do momento!
E ainda mais confusão nos faz a sua capacidade de representação, de se camuflarem de simpatia e afins de um modo tão natural...
Malditas relações por interesse!

Porém, quando pomos o nosso lado racional a reflectir... Não serão todas [ou a maioria das] relações movidas por este O-Que-É-Que-Tu-Tens-Que-Me-Podes-Dar mútuo?
É que é tão normal este jogo de interesses que comanda a sociedade de hoje que, talvez [com um certo grau de probabilidade], muitos sejam oportunistas inconscientemente... O egoísmo e a sede de uma oportunidade são tão grandes que, às tantas, as pessoas nem se apercebem que estão [e se dão] com as outras porque precisam delas de alguma maneira.

E agora olho à minha volta! E deparo-me com uma multidão de interesseiros, oportunistas e egoístas! O que é que eu faço a esta gente toda? - concluiu a Sofia.

Olho à minha volta e, no meio de um mundo tão invadido pelo gigante Eu de cada indivíduo, sinto-me uma centelha de esperança, caminhando de mãos dadas com já tantos que são aqueles que partilham deste meu Acreditar num Mundo Unido! [pesquisar e descobrir o 1 de Maio] - sussurrou a Mi, com um enorme sorriso.



MI: a Maior Idiota & Sofia: de Amante do Saber [obrigada].

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ensino.

Aviso: talvez o texto esteja demasiado hiperbolizado, tanto em relação à realidade, como à minha opinião pessoal, mas tinha de ser, porque...


Estou indignada!
É isso mesmo, as três palavras com toda a força: IN DIG NADA! É que o ensino é isso mesmo: NADA. Até é - ou tenta ser - qualquer-coisa, mas qualquer-coisa que deveria ser muito-mais... Mas será que ninguém tenta elevar a fasquia?

VIVA O MUNDO DO FACILITISMO! - dizem os estudantes (e eu!).


Neste mundo académico, odeio duas coisas:
. ser tratada como um bebé ignorante de "gugu-dada";
. ser encarada como um burro de carga sem vida própria.

Bolas, acho que não vale a pena os professores encherem-nos de trabalhos práticos, de grupo, nem de terem uma lista enorme de elementos de avaliação que, inseridos num plano de 10 (e repito, DEZ) unidades curriculares num semestre, acabam por se atropelarem uns aos outros... mas daí a quase prestarem auxílio nos testes teóricos já bastante simplificados, ainda vai um grande passo!
É que, quando se domina determinada matéria, consegue ver-se o quanto se esforçam alguns professores para que todos passem e tenham boas notas... e consegue rir-se imenso nessas aulas com o ridicularizante nível de dificuldade da matéria dada... ah, e ainda se consegue quase adormecer (e o "quase" só se mantém por respeito)!

Um problema deste facilitismo é a ausência de selecção, isto é, nunca os bons sobressaem muito positivamente, nem os maus pelo lado menos positivo, o que gera uma homogeneidade de resultados não representativa da realidade.


Assim, até é fácil ter uma boa média a estudar e fazer trabalhos na véspera... Para quê mudar?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Apanhada.

(Adaptado...)

Ele: Queres brincar comigo?
Ela: Sim... Quero!
Ele: A sério? Queres brincar a quê?
Ela: A que é que sabes brincar?
Ele: A tudo, desde que não magoe...
Ela: E a que é que te apetece brincar?
Ele: Hmmm... Não sei. Já me esqueci como é que se brinca, já não o faço há tanto tempo...
Ela: Pois, era o que eu previa...
Ele: Mas sei brincar à apanhada!
Ela: Só? Costumas andar a fugir ou a apanhar?
Ele: Primeiro, corria atrás; agora, prefiro fugir.
Ela: Já viste? De caçador a caça...
Ele: E queria mesmo era aprender de novo a jogar às escondidas!
Ela: Vê-se mesmo que és um jovem do século XXI...
Ele: Desculpa lá, não me apetece falar sobre isto... Fugi.
Ela: Como todos, como sempre. Foge.

(Offline.)

Ela foi deitar-se. Dormiu das 19h às 7h.
Ela esteve ensonada durante todo o dia.



MI: a Maior Idiota.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Auto-domínio.

O ser humano é um actor!

Não obstante reagir, o ser humano age; isto porque tem consciência. É um ser racional que expressa uma intencionalidade através da sua acção premeditada. Ou seja, as pessoas - supostamente - não agem à parva, mas reflectem - ainda que por milésimos de segundo - antes de agirem.
Assim, para agir, o indivíduo tem de dar ordem a si mesmo para o fazer - uma diferença de acção para reacção - e isto não está directamente ligado ao campo das vontades, uma vez que eu posso não ter vontade de fazer algo mas, movida por qualquer força maior - por exemplo, o dever -, dar ordem a mim mesma para o fazer, ainda que me contrarie o desejo.
Deste modo, encontra-se antes ligado ao campo do auto-domínio, medido por esta capacidade de agirmos contra a corrente de nós mesmos.

Posto isto, olhando em volta, eu penso que, das duas três: ou a corrente de cada um é forte como tudo - mas aí, talvez, as pessoas fossem menos influenciáveis, não? -, ou o seu auto-domínio é frágil como mais que tudo - o que parece uma hipótese -, ou ainda as pessoas não pensam lá muito e agem um bocado à parva.

O ser humano é um actor, mas nem todos nasceram para brilhar na arte.


Adenda: é difícil, muito difícil, aceitarmos a nossa incapacidade para irmos contra a nossa vontade - ou falta dela -, por mais que conscientemente saibamos que era o que deveríamos fazer. Pessoalmente, aborrece-me bastante, faz-me comichão, irrita-me profundamente... dá-me vontade de arrancar cabelos. Mas chegou o fim-de-semana!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Luas.

De lágrimas nos olhos, a fervilhar por dentro, enfrentei a noite gélida, sem coragem - por puro desespero de cansaço físico e emocional. Nem a brisa do Tejo me arrefeceu a temperatura interior!

Caminhando ao longo da margem norte, libertei-me de tudo: sem espectáculo, simplesmente, chorando... entregando-me, por momentos, àquela dor profunda, de mãos nos bolsos, a passos lentos e largos, em silêncio.

A minha mente corria de um lado para o outro, de nostálgicas saudades, de carência de auto-estima-e-confiança e de excesso de preenchimento do quotidiano.


Alheia à cidade que não adormece, deitei-me naquele banco, já muito usado, que nem uma sem abrigo, e os meus olhos detiveram-se naquele tecto imenso, defendido imponentemente do completo negrume pela resplandecente lua quase, quase cheia - única sobrevivente ao manto suave de nuvens citadinas que levemente se arrastavam, ocultando os minúsculos e longínquos pontos estrelares.

Quão pequeno é o meu ser; quão ínfima é a minha dor.


Embebida momentaneamente por uma brisa fugidia tenuemente positiva, sentei-me num salto e, tentando alcançar com o olhar pormenores da margem de lá, sorri.

Quão enorme é o mistério da vida; quão fugaz é o tempo que a nossa dura para o desvendar.



Não sei que palavras usou, mas as lágrimas secaram.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Duplo-Problema.

Caros leitores,


Venho por este meio informar-vos de que tenho um problema. Não - não se riam, eu sei que toda a gente tem problemas e no plural, mas - não é um problema qualquer, nem tampouco único; é um problema deveras especial.
Posto isto, não vou deixar o mistério no ar: eu sofro de excesso de descontracção - Olá, eu sou a Mi e sou uma excessivamente descontraída não-anónima. - estão de sobrancelha levantada e com vontade de colocar o indicador direito na testa contraída?

Pois bem, é nas férias - e nas vésperas de exames, entregas de trabalhos e afins - que eu me dou conta do enorme problema que esta característica - sim, a excessiva descontracção, por si própria, não é um problema - minha me traz: eu sou alérgica a obrigações calendarizadas - quer por mim, quer por outrem.

Deixem-me explicar-vos o meu problema, com uma linguagem mais simples... Eu sou má a cumprir prazos porque, como sou muito descontraída, deixo tudo para o momento seguinte! - Olá, eu sou a Mi e a minha frase preferida deve ser o 'Deixa para amanhã o que podes fazer hoje!'.
Isto faz com que, nas vésperas do cumprimento dessas obrigações, eu sinta algumas dores de barriga e comichão no fundo das costas ou até cócegas nos pés, porque a minha consciência, sob pressão, tende a expressar-se: eu sou vítima da forma de expressão da minha consciência - Olá, eu sou a Mi e tenho uma consciência expressiva sob pressão.
Assim, o problema torna-se um duplo-problema!

Após a explanação deste meu (duplo-)problema, espero que se sintam sensibilizados para a necessidade que demonstro de auxílio por parte dos que me rodeiam, quer a nível do auto-entendimento do problema e da sua respectiva solução, quer no que toca ao seu tratamento concreto.


Grata pela vossa atenção, cordiais cumprimentos.



MI: a Maior Idiota.

sábado, 28 de março de 2009

Finalistas.

Sou um frustrado pré-finalista, supostamente, do 11º ano, a iniciar, de um modo super deprimente, a interrupção lectiva da Páscoa.
Como os meus dias se afiguram repletos de actividades interessantes, resolvi meditar sobre um assunto de igual alto nível de interesse: viagens de finalistas - sou mesmo frustrado, reflicto antecipadamente sobre este género de assuntos e tudo!

Afinal, por que raio existem viagens de finalistas?
Ora bem, pelo nome, este tipo de viagens deveria referir-se a um grupo de alunos finalistas - no que quer que fosse - que se juntariam para rumar a algum lado - qualquer que fosse.
Muito bem, deveria... mas será que é assim? Vejamos:

As viagens de finalistas dos alunos do secundário, por exemplo, não ocorrem efectivamente no final do ano lectivo, nem tampouco no final do último ano lectivo de ensino secundário, para muitos... não é verdade?
Aliás, no final de um 2º período de 3, quem é que é já finalista? É que não são poucos, aqueles que normalmente demoram mais do que três anos a despedirem-se da sua escola secundária...
E depois, há sempre os/as que vão e ainda nem estão no 12ºano, ou os/as namorados/as de uns/mas e outros/as, ou até aqueles que já foram para a faculdade, mas gostaram tanto de ir no ano anterior que decidiram repetir.

E agora dou comigo a dispersar...
Qual deveria ser o objectivo de uma viagem de finalistas? Passear? Arejar? Conhecer sítios novos? Aumentar a cultura? Conviver?
Talvez todas estas juntas... desde que, no fim, viajantes se lembrassem daquilo que experienciaram e não só daquilo que vomitaram todas as madrugadas, acompanhado de dores de cabeça terríveis.

Acho que dispenso alguns tipos de viagens de finalistas...


MI: a Maior Idiota.

terça-feira, 24 de março de 2009

Expressão.

Não consigo!

Bolas, não consigo escrever. Não que me faltem temas ou ideias, mas não consigo escrevê-las! Até salto acontecimentos importantes, por causa desta incapacidade.
Não tenho tempo para escrever; tenho tempo, algum, pouquinho, mas não é para escrever, ou porque não é suficientemente longo, ou simplesmente porque não é e é ou deve ser para outra coisa qualquer. Não sei.
O que eu sei, é que não consigo escrever. E não conseguir escrever dá-me qualquer coisa parecida com náuseas, que me incomodam o espírito pesado, por não expressão.

Decidi expressar-me, mesmo sem conseguir escrever:

-Não consigo escrever!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Ciúmes.

De acordo com uma senhora psicóloga, uma reacção complexa a uma ameaça perceptível a uma relação valiosa ou à sua qualidade é denominada ciúme. E esta reacção é bem complexa, sim!

De facto, não é fácil lidar com aquele ímpeto que nos vem de dentro e que brota num vomitado incontrolável - parece-nos. Implica treino, muito treino e muitos sapos engolidos e vacinas contra a sensibilidade, combinadas com uma dose enorme de exercício racional... E isto ajuda-nos na maior ou menor exteriorização que permitimos da reacção denominada ciúme, agora em relação ao sentir, isso já é outra conversa!
Claro que, por muito que eu me esforce e seja bem sucedida na não demonstração de sentimentos, no que toca à não existência de sentimentos - a insensibilidade -, já é um caso bem mais bicudo!

Ainda assim, eu não creio que seja uma pessoa muito ciumenta: tenho um nível de ciúmes muito saudável - digo eu, para me animar! Mas sinto, sim, às vezes, e na maioria das vezes não os deixo passar cá para fora, e seguro o ímpeto relativamente à ameaça.
Mas a que tipo de ameaça? Pois, esta é outra coisa interessante... Muitas vezes, quase que se limita este tipo de sentimento ao amor (extra)conjugal e afins, mas há mais! E eu sinto-o...


Tenho ciúmes, sim, tenho ciúmes, amigo! Tenho ciúmes daqueles que estão mais próximos de ti no quotidiano, mais próximos do que eu, (quase) tão próximos como eu estive naquela altura em que cheguei onde nunca ninguém mais tinha chegado contigo! Tenho ciúmes...

... e sinto a tua falta.

Onde estás? Volta!

sábado, 14 de março de 2009

Até logo.

14 de Março de 2008:

"Aquele ser humano tão puro e grandioso, deitado ali, com uma aparência tão serena quanto o seu espírito - chegara a hora, o momento da partida!
O céu estava escuro. A sua respiração foi gradualmente ficando mais fraca, mais lenta... até cessar. E o céu continuou escuro: não surgiu um clarão de luz no meio da escuridão, as estrelas não começaram todas a explodir, não se elevou um coro de vozes angelicais - fortaleceram-se os laços, aproximaram-se as pessoas... sente-se a Família.

Não foi uma partida vulgar, foi alcançada com um "sim".
Não foi causadora de tristeza, mas abraçada com alegria.
Não é uma pessoa que parte, fica entre nós... Basta dizer:

- Até logo. Lá nos encontraremos."


E passado um ano, sente-se este mesmo ambiente de Família, que move pessoas de todas as partes do globo, numa homenagem especial a alguém que tão plenamente conseguiu ser (e fazer) feliz... e que continua a fazê-lo! - é aqui que está a grandeza de um ser humano, na medida em que a sua passagem pela Terra marca profunda e positivamente tudo e todos com que contacta, através do seu Amor.

"Alla fine della vita, porteremo via solo questo: l'Amore, il resto è nulla." (Lubich, C.)

Assim o disse, assim o fez (atrevo-me a dizer quase) melhor que ninguém. Assim me ensinou - obrigada!

sábado, 7 de março de 2009

Agradecimento.

Jamais tinha imaginado o poder que os que me rodeiam têm de me fazer sentir no topo do mundo.

Esta semana do meu 20º aniversário, senti-me importante; uma pessoa a quem tantas outras querem o bem; uma privilegiada afortunada como tudo - senti-me no topo do mundo. Não senti que tinha tudo e todos a meus pés, mas que tinha tudo e todos comigo, do meu lado - juntos no topo do mundo.
Não é fantástico?

Dei-me conta de que não é a minha dedicação exemplar ao estudo, nem a minha capacidade de fazer desporto, nem a minha habilidade estupenda para tocar instrumentos, nem o meu excepcional gosto pelas lides domésticas, nem... (tudo hipotético) que me caracteriza, mas sim as pessoas; as que me rodeiam e que de algum modo me seguem, ou que seguem comigo, na minha vida.
Eu adoro pessoas e, por algum motivo mais ou menos desconhecido, elas gostam de mim; e é isto que faz de mim uma pessoa feliz, sempre, de cara alegre.


"Quando uma só pessoa marca de maneira tão duradoura e em apenas duas décadas um número tão grande de pessoas, julgo justo concluir que há algo de invulgar nela." - escreveu alguém num grande postal feito e assinado pelos que puderam estar presentes no jantar em que celebrei alargadamente o 20º aniversário.

Obrigada, a todos - aos que puderam estar ou fazer-se presentes de algum modo, e aos que não puderam -, a todos. A vós: espero conseguir estar e ser à altura, à vossa altura, enorme.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Duas Décadas.

Aos cinco minutos do dia 3 de Março de 1989...


Nasci. Berrei. Esperneei e esbracejei. Chorei. Pestanejei muito depressa. Descobri a luz, a cor, o contraste, o movimento, a forma, o som, o cheiro. Fui descobrindo o mundo. Criei os primeiros laços. Fui feliz. Fui bebé.

Vivi a infância. Autonomizei-me um pouco. Observei, perguntei, compreendi. Aprendi muito. Fui à escola. Parti o queixo e o sobrolho. Fiz asneiras. Chorei quando vi o Pai Natal. Socializei. Senti saudades de alguém. Comecei a praticar natação e basquetebol. Fui maria-rapaz. Brinquei com os meus irmãos. Passeei pelo país em família. Experimentei um congresso internacional em Itália. Fui feliz. Fui criança.

Atravessei a puberdade. Julguei-me auto-suficiente. Perdi-me. Pensei, reflecti, teorizei. Procurei-me. Fechei-me em mim. Escrevi muito. Descobri as imperfeições familiares. Carreguei problemas difíceis, resolvi embrulhadas complicadas. Guardei segredos. Fui estimada por todos. Fui admirada. Quis fugir, mas fiquei. Engoli e sorri. Reencontrei-me e recomecei. Entreguei-me ao desporto. Cresci no meio do basquetebol, fui campeã e capitã. Encontrei o estilo de vida que queria, defini valores-base. Conheci pessoas para a vida. Construí relacionamentos. Viajei pelo centro-norte do país. Fui a França à Disneyland. Fui a mais congressos internacionais em Itália. Fui feliz. Fui adolescente.

Entrei na juventude. Recomecei com verdadeiras mudanças, do interior para o exterior. Conheci o meu lado inconstante. Redefini-me. Procurei a coerência de princípios. Melhorei-me na doação aos outros, tornei-me boa a estabelecer relacionamentos verdadeiros. Fui ao céu com um namoro e aterrei firmemente no solo uns tempos depois. Fui forte. Fracturei o nariz e sofri pelo período de reestabelecimento. Descobri um problema na articulação da anca e penei por me despedir do desporto. Não desisti, mas aceitei. Cresci e estudei, trabalhei em part-time e tirei a carta de condução. Reestruturei prioridades. Viajei até ao Luxemburgo de carro, por espanha e frança. Experiências fortes de família. Fui feliz. Fui jovem.

Cumprimentei a idade adulta. Perdi pessoas e ganhei em dobro ou triplo, com outras pessoas. Aprendi esse custoso ciclo da vida. Descobri a vida académica. Senti o sabor amargo da auto-desilusão misturada com derrota pessoal. Não consegui e desisti e decidi mudar. Recandidatei-me. Despedi-me de relacionamentos de um ano estupendos. Recuperei milagrosamente o desporto e retomei com moderação. Iniciei-me na bateria de um conjunto musical. Subi ao palco, em unidade. Entreguei-me precocemente e mudanças levaram a um fim. Ia caindo para o lado de incredulidade. Recomecei mais forte ainda. Reforcei as linhas de conduta da minha vida. Fiz uma escola de formação internacional em Itália. Fui a Praga, na República Checa. Fui a Inglaterra. Fui monitora de uma colónia de férias. Quis emancipar-me, mas redescobri a família. Fui passar o Natal a Barcelona. Recuperei contactos perdidos com o tempo. Fui feliz. Comecei a ser adulta.


A 5 minutos após o final do dia 3 de Março de 2009, completas as duas décadas de existência mais um dia...
. assinalo o re- de "recomeçar" cada vez mais frequente e imediato,
. maravilho-me com o "descobrir" constante e intemporal,
. reconheço a exponencialmente positiva de importância dos relacionamentos verdadeiros na minha vida, não mencionando nomes, pois perder-me-ia,
. estou certa que há algo que se manterá, o "Fui feliz.", eu sou feliz.

Já sou grande? Hei-de ser.

terça-feira, 3 de março de 2009

Um Quinto.

Faltava só uma hora e ela ainda estava a sair da banheira. Enrolada numa toalha, com uns pingos de água a escorrerem-lhe dos seus caracóis pelas suas costas, abria e fechava o roupeiro, remexia em sacos dentro de sacos, ia compondo a sua toilette especial em cima da cama. Só falta uma hora!
Veste collants e escolhe o soutien, calça sapatos, passa o vestido, seca e estica o cabelo, veste o vestido, veste as mangas, põe uns ganchinhos, coloca a pulseira, completa com o colar swarovski. E o perfume! Está na hora.

Entra no carro com o maior sorriso do mundo e maravilha-se - Está tão lindo ele... Fatinho, gravata, sapatinhos, até botões de punho! E fez a barba e tudo. - Oh maravilha! E a noite ainda é uma criança.
Jantar a dois muito chique, num restaurante moderno, com direito a um mimo do chefe e a um empregado mais que prestável. Um momento tão privado de paraíso... Somos crescidos. Vamos a um copo ou a um belo café com natas num outro espaço igualmente agradável... O nosso glamour faz-se notar. Aproximam-se os vinte!

Ele leva-me a casa, sobe e entra - Já é família! Cumprimentos, pormenores da noite, conversas descontraídas e gargalhadas moderadas felizes, fotografias para congelar o momento e recordá-lo na história pessoal. Já é meia noite, só mais cinco minutos.

5... Ele.
4... A Mãe.
3... O Novo.
2... O Pai.
1... O Velho.

0: Um quinto de século! Obrigada.

domingo, 1 de março de 2009

Vandalismo.

Naquela manhã, o silêncio dormente foi interrompido pela campainha da porta do prédio. Porém, "Oh, alguém vai lá..." e não tive de abandonar o meu leito de quentinho aconchego.
Entregando-me de novo à preguiça, começo a ouvir a minha mãe a soluçar, o meu pai a andar freneticamente de um lado para o outro e o meu irmão a bater com o punho cerrado em cima da mesa e a falar alto e atabalhoadamente. "Ups, acho que é melhor ir ver o que se passa!", pensei eu, de coração aos saltos, a bater tão fortemente que quase o sentia na planta dos pés enquanto caminhava descalça até às pantufas arrumadinhas.
- O que se passa? Que aconteceu?
- Roubaram-nos o carro.
- Mas qual carro? - O pai respondeu desviando a cortina da janela da cozinha que dá para as traseiras do prédio, onde todos os inquilinos estacionam os respectivos automóveis. Parecia-me bem, intacto. - Mas pai, que tem o carro? Está no sítio...
- Partiram o vidro do lado do condutor. Não se vê daí... - tirou-me as dúvidas, o meu irmão.
- E não foi só o nosso: mais três carros deste estacionamento e dois da rua ali em cima. - acrescentou o pai.
- Porquê? E para quê? Estas pessoas só estão bem a prejudicar os outros! - foi dizendo a mãe, entre soluços de nervosismo.
A conversa familiar foi interrompida pelo barulho de pessoas e de um carro a chegar, lá nas traseiras. Era a polícia! "Oh, eu ainda estou de pijama..." e fiquei a ver da marquise.

Visto de cima, este reconhecimento dos acontecimentos revela-se realmente estúpido! Três sujeitos da autoridade fardados caminham à pinguim com as mãos nos bolsos; mais duas ou três pessoas por carro sinistrado, que abrem porta de um lado, entram do outro, remexem documentos e se perdem por entre gesticulações enquanto barafustam, sabe-se lá para quem; acrescentam-se uns curiosos que não têm nada a ver com o assunto, mas que foram alertados pelo barulho de gente naquela zona.

Resultado? Não roubaram nada de especial, estes seres vândalos que destroem intencionalmente bens e propriedades alheios; mas foram capazes de levantar umas 15 pessoas às 8h da manhã de um domingo e fazer com que aquela gente, mesmo vizinhos que mal se dão, falassem solidários uns com os outros, pelo menos durante 15 minutos.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Bússola.

Aproximando-se o final da agitadíssima e surpreendente semana de Carnaval, apetece-me brincar ao Faz-de-Conta.

Eu sou uma menina que, quando for grande, deseja ser Construtora de Bússolas. [Como é que uma menina que ainda não é grande, logo, deve ser pequenina, tem um desejo tão estranho? Pois bem,] É que eu ouvi dizer que o falta à sociedade é um Norte, ou melhor - para que não surjam imprecisões de transcrição -, o que eu ouvi dizer é que a sociedade anda desnorteada; como tal, suponho que ande a precisar de umas bússolas para encontrar o Norte - assim é que é!
Sabem, é que eu tenho pena das pessoas que vejo na rua, cabisbaixas e apressadas, indiferentes ao potencial do ambiente que as rodeia, ao potencial dos outros que partilham o mesmo espaço, ao potencial do ser humano dentro de si mesmas... Não é pena, mas sinto-me mais afortunada que elas, pelo menos, que caminham deprimidas.
Se calhar, vou ser Construtora de Bússolas de Potencial, talvez seja isso que falte à sociedade. Ou então não... É que podia correr o risco de todas apontarem para a própria pessoa que as usa... [Não sendo esse o único potencial, acontece que pode querer manifestar-se como o mais forte, é isso?]
Bem, acho que vou voltar à ideia inicial: sou uma menina que acha que, quando for grande, vai desejar ser Construtora de Bússolas.

Eu acho que brincar ao Faz-de-Conta se torna mais difícil quando já está a fugir a época de colocar uma máscara de fingir ou de camuflar, mas... quem sabe até onde nos leva a brincadeira.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Fragmentos.

Observando o mundo que me rodeia, aquele a que vulgo chamo O Meu Mundo, fico... aos bocadinhos. É verdade.
Enquanto todo, que sou, sinto-me um jovem adolescente fragmentado pelo estímulos que me engolem... aos bocadinhos. É verdade.

- Raios!, não estou a conseguir ser explícito! [Nada que surpreenda o país, já que me poderei considerar um vulgar rapaz português não-moldado pela família, pela sociedade, pelo sistema educativo para a leitura e a escrita... mas que é bem capaz de pôr a culpa disso sobre os ombros de todos os outros.]

A verdade é que eu não tenho projectos; tenho semi-projectos. E o meu eu fragmenta-se por esses semi-projectos, sem se conseguir entregar na totalidade, ainda que apenas por meros segundos, à prossecução de uma coisa, uma, uma e só uma. Não, não dá.
A verdade é que nada do que inicio se concretiza realmente, uma vez que nunca o chego a finalizar; isto porque, entretanto, iniciei qualquer outra coisa extremamente interessante, que obrigou a uma movimentação de bocadinhos de mim, não permitindo a sua manutenção no anterior objectivo. Não, não dá.

Sentindo-me [literalmente] a boiar pela atmosfera, sou um menino que não existe mais enquanto menino, mas que perdeu a sua essência, à deriva nos fragmentos de si. Agora [que encontrou o Tico & Teco e os conseguiu juntar por uns breves instantes e] que se pôde sentar a pensar, dá início a um combate no recinto ambíguo que é o seu interior:



Limitar a sua criatividade espevitada e insatisfação de curiosidade, que o obrigam a desejar sempre a realização de variados e inovados objectivos
vs

Manter a fragmentação de si mesmo, certificando-se que... [continuem vocês]



- Vá!, arranjem-me solução, não me venham dizer que não há!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Fôlego.

Se calhar, notaram a minha ausência... Não?
Bem, isto foi só uma fraca maneira de esconder a massagem ao ego que foi compreender que a actualização do meu blogue faz falta a algumas - não muitas, mas, ainda assim, algumas - pessoas.

É verdade: tive de enfrentar a chuvada dos últimos dias sem guarda-chuva, o que me valeu uns belos tempos fechada no automóvel à porta de casa. Estava tão perto, mas tão longe... E o ar começava a ficar saturado por não circular e aquele espaço parecia-me pequeno demais para mim e só me apetecia chamar pela minha mãe! Foram uns dias difíceis.
Contudo, depois dos momentos de aperto, vêm aqueles do descanso - ainda que sejam tão poucos que mal compensem os anteriores! Aí, enquanto se recupera o fôlego, a mente parece que trabalha mais depressa. O sangue volta a correr nas veias e a chegar ao cérebro e deixamos de pensar por ímpetos automáticos de sobrevivência; passamos de reactores a actores.

Diz-se que, nos momentos de aflição, a vida nos passa pela frente, como se os nossos olhos fossem espectadores de uma tira de cinema que conta a nossa própria vida. Porém, só se diz isto nos tempos que se seguem aos cataclismos!
De facto, penso que só aí conseguimos organizar as ideias e perceber que, durante a asfixia, fomos procurar oxigénio às nossas recordações, logo, é nessa altura que colocamos realmente a tira a correr.

Play mode.



Enquanto ela corre, eu questiono-me: Quem é que a realizou?

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Sublinhado.

- Porque sublinho se, na segunda vez, volto a ler tudo de novo?


Ora bem, estava eu sentada na minha secretária, perdida no meio de pilhas de livros abertos em páginas não acaso e de folhas soltas, lisas ou pautadas, não com quadrículas, quando dou comigo a fugir à descontracção de ter dois exames a começar a semana com esta pergunta existencial.
Não conseguindo recuperar a tranquilidade com o clima de auto-incompreensão, resolvi começar por procurar a resposta ao meu anseio inesperado. E onde? Online, claro - não se diz que há tudo na Internet?


E foi assim que descobri um site excepcionalmente útil, mesmo: Aqui aprendes a SUBLINHAR. (Não vos deixo o link, aprendam a pescar, se gostarem de peixe!)

Nesse site aprendi que, para sublinhar, devo traçar uma linha por baixo daquilo que eu considero mais importante, existindo diferentes tipos de sublinhado com o intuito de distinguir diferentes tipos de coisas importantes! Não é fantástico?
Posso ainda utilizar cores diferentes, com canetas de tinta normal ou fluorescente, e posso complementar com notas à margem, codificadas com um símbolo específico e tudo!

Em suma, deve-se sublinhar de maneira a que seja possível relembrar todo o texto e perceber o seu sentido lendo só as palavras em evidência, possibilitando uma revisão da matéria muito facilitada.


Posto isto, compreendi que, sublinhar correctamente implica, para alguém que faça tudo de véspera, demorar tanto tempo a mais que, não só impossibilitará o acto de voltar a olhar para aquilo de novo, como impedirá a leitura única total do mínimo indispensável, revelando-se, assim, um trabalho inglório, mas artisticamente muito divertido!

Auto-conselho: deixa-te de sublinhados, Mi... vai estudar.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Arriscar.

E foi o final da minha primeira semana de "férias pré-exames". Querem conhecer o produto destes dias? Pois bem, cliquem na imagem!



Agora, em jeito de desafio, proponho-vos que percam uns minutos do vosso dia, mas somente uns minutos, a tentar superar os diversos níveis, sem perder a sanidade mental da tranquilidade. (É só usar as setas do teclado.)
É, de facto, um teste à paciência e persistência, não concordam?
Proponho que vão anotando os códigos dos níveis e que os vão deixando por aqui em jeito de comentário.... é que eu gostaria de saber se o jogo tem um fim!

Na estrada da vida que percorremos, muitas vezes as armadilhas escondem-se nos locais mais inesperados, frequentemente perto do fim que nos parece tão à mão. A diferença, é que no jogo podemos morrer as vezes que quisermos e, assim, arriscar vezes sem conta.
Reparem como arriscar é viciante na perseguição de um objectivo!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Irreal.

Sabem, naquele dia, tudo parecia perfeito. A luz, a temperatura, o som, o ambiente, a disposição, a companhia, o programa... até o tempo - o maldito que nos costuma desagradar em momentos quase-perfeitos. Mas naquele dia, não... Naquele dia, tudo parecia perfeito.

Há dias assim, em que nos sentimos intocavelmente completos. Portanto, só desejamos que aquele dia, aquelas horas, aqueles momentos, aqueles segundos, Aqueles... se prolonguem para a eternidade, para, assim, encontrarmos a verdadeira felicidade.
Nesses Aqueles, chegamos a pensar que, se morrêssemos sem passar a Outros, partiríamos felizes, completos e realizados, mais do que alguma vez poderíamos imaginar para nós próprios. E, então, julgamos que podemos congelar essa sensação, mesmo quando atingirmos esses Outros, que não são Aqueles.

Mas sabem, há sempre o mundo lá fora. Desse nunca nos livramos, por mais que, por breves instantes ou por longas horas, cheguemos a acreditar que nada rodeia os nossos Aqueles a não ser o prolongamento deles mesmos.
É verdade, por mais que nos esqueçamos, o mundo lá fora nunca deixa de ser o real. E a ponte da irrealidade para a realidade é das mais penosas de atravessar, pois, à medida que damos mais um passo, tudo o que fica para trás das costas se vai desmoronando... E nós podemos olhar por cima do ombro e ver a destruição, daqueles que foram Aqueles e que afinal não foram nada senão uma irrealidade paralela com a realidade.

Quanto conseguimos transportar às costas pela ponta, da irrealidade desejável para a realidade indesejável?



Eu sei conduzir carrinhos de mão! Estou a calejar.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Grupos.

Eu já sou do tempo em que a Filosofia era considerada uma disciplina fundamental no ensino secundário, pertencendo ao tronco comum obrigatório num período bianual. No meu tempo, um dos conteúdos iniciais era a complexidade do Ser Humano: um Ser Racional, um Ser Individual e um Ser Social.
Mas não me apetece ir por aqui - farta de conteúdos programáticos ando eu... é disso e de grupos!

Agora, que fui capaz de tocar no cerne da questão, permitam-me que vos questione: Alguém é capaz de me explicar a essência da expressão: "Eu não papo grupos"?
É que, atendendo aos mais variados contextos em que é utilizada, parece-me que a minha pessoa, efectivamente, papa grupos. Deste modo, uma vez que fujo à regra que costuma ser pronunciada com inchaço e orgulho, considero que possa ser um traço menos bom da minha personalidade. - Que alguém se sente, estenda os braços, exercite os dedos e me esclareça esta crise de identidade existencial... se não for muito incómodo!

Quanto ao conceito de grupo, poderá ser um sistema de relações interpessoais, de interajuda e aceitação de direitos e obrigações partilhados, demonstrativas de uma identidade comum. Assim sendo, as várias pessoas que constituem um determinado grupo, deverão agir em conjunto, em conformidade com um determinado objectivo, relevante para todas.
Então, por muito que sejam diferentes e tenham opiniões nem sempre coincidentes, no final, todos os indivíduos que integram o grupo deverão remar para o mesmo lado... e não bater com o remo no alto da cabeça do seu companheiro, nem atirar o remo ao rio a meio do percurso, nem abanar o barco ou atirar-se à água sem perguntar se é melhor sair para não fazer peso e atrasar, se é melhor ficar para manter o equilíbrio sobre as correntes, nem... por aí adiante.

É que esta coisa de pertencer a grupos cujos membros demonstram uma confiança extrema na minha pessoa, a ponto de me darem um, dois, três e quatro pares de remos adicionais aos meus, atirando-se de seguida borda fora, com o intuito de ser eu a remar com todos eles e sem qualquer peso a não ser o meu, começa a cansar-me um bocado... É que no fim, quando subimos ao pódio, enquanto todos os outros ficam bem na fotografia, eu estou de rastos, com um aspecto execrável e pronta para me atirar eu ao rio, a ver se refresco as ideias e não cometo actos violentos.



Isto significa que "eu papo grupos"? Por isso é que ando indisposta!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sonho.

E foi assim que demos por finalizada a breve conversa, não só porque eu tinha mesmo que trabalhar, mas também porque Ele tinha ficado sem nada que responder. [Será que se pode desejar Bons Sonhos! a uma pessoa que vai sonhar acordada?]

Ele: Hoje sou eu... Bons sonhos.
Mi: Então e os relatórios que ainda tenho por fazer? Deixo-os assim?
Ele: Oh, queria retribuir por ontem!
Mi: Mmmm... Está bem, vou sonhar que estou a dormir.


A verdade é que esta última frase me deixou a pensar durante uns longos minutos sobre a potência do sonho! Eu explico:
De acordo com a definição mais científica da coisa, o sonho é uma experiência de imaginação do inconsciente durante o nosso período de sono. Porém, se eu posso sonhar acordada que estou a dormir [e aqui sonhar tem mais um sentido de desejar, passando por um estado de momentâneo alheamento da realidade], então, - e corrijam-me se estiver errada -, também posso sonhar que, durante esse sono estou a ter um sonho, logo, eu posso sonhar que estou a sonhar!

Sabem o que é magnífico? É que eu controlo o sonho quando sonho acordada e posso, deste modo, tornar o sonho num ciclo vicioso, uma vez que, pela lógica, eu posso ainda sonhar que estou a sonhar que estou a sonhar que estou a sonhar... e por aí adiante, intercalando sonhar desperta e adormecida!

Não estão a ver a magnificiência? Eu descobri que posso controlar o meu sonho inconsciente, na medida em que posso sonhar conscientemente que o estou a ter. Isto não é... mesmo de quem está com os neurónios em guerra a céu aberto, sem dó nem piedade?
Eu acho é que estou a precisar de dormir... mas a sério.



MI: a Maior Idiota.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Esperas.

A sabedoria popular é, de facto, um tipo de conhecimento extremamente interessante... Confesso que é capaz de me colocar os neurónios em acelerado ritmo de funcionamento. Reparem! - até me pôs com questões:

"Quem espera, sempre alcança." ou "Quem espera, desespera."?

Com efeito, esta contradição despertou o meu interesse e pôs-me a teorizar - ainda que não seja preciso muito para tal, não se lhe pode tirar esse mérito. E não é que cheguei a uma conclusão? Confesso que não demorei assim muito tempo, porém, não senti uma menor sensação de realização pessoal por isso!

Resposta: DEPENDE. Das característas da espera.

De facto, se estiver a escalar uma montanha extremamente alta, de encostas muito recortadas, completamente cobertas de um nevoeiro gelado, e onde a única coisa que consigo ver - e mal! - é onde me apoiar para não vir a rebolar até ao sopé, e o único som que ouço é o do meu corpo a tremer, por muito boa que eu saiba que pode ser a paisagem do topo e a sensação de o atingir, só vou querer que a espera seja curta, que a distância que me separa do objectivo desapareça depressa... ou desesperarei.
No entanto, se estiver a escalar uma montanha semelhante, mas com encostas ligeiramente menos íngremes, iluminada pelos agradáveis raios de sol, que me mostram um horizonte lindíssimo, e refrescada por uma brisa leve, acompanhada pelo belíssimo canto dos passarinhos, prevendo igualmente a beleza da paisagem do topo e a sensação de o atingir, mantendo ainda um certo grau de dificuldade, desfrutarei de tal modo da escalada que não terei por que desejar que a espera não se prolongue, de modo a aproveitar ao máximo aquele bocadinho de prazer até ao objectivo... que alcançarei.

Que tal? Até tem uma certa lógica, não? Não? Tem toda! E digo-vos mais: nem sou a eu a única pessoa a reconhecê-lo...



Alguém: Às vezes, vale a pena esperar. Aproveitar os momentos. Para quê andar em frente, se o presente nos sabe bem? Porquê pensar demasiado? Há-de chegar o dia em que só uma coisa fará sentido e, nesse dia, vais saber que nada vai falhar e que toda a espera valeu a pena.
Ela: Aliás, o que custa esperar quando esses segundos sao preenchidos com beijinhos, abracos e conversas que nos fazem sentir no topo do mundo?

Está a valer a pena. Vou continuar a caminhar com passos pequeninos.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Despida.

Finalmente, entrei no ano novo!, porque entrar no ano novo não é somente passar a meia noite, comer 12 passas e festejar com champagne e amigos a felicidade que esperamos que nos aguarde nos 365 dias que aí vêm... Não.
Entrar no ano novo implica que nos dispamos do ano velho, em todos os sentidos: requer um balanço dos 365 dias - ano bissexto, logo 366, neste caso - que passaram, com os prós e os contras, aquilo que queremos evitar e aquilo que desejamos que surja ou se mantenha.

Com efeito, há muitas coisas que ficam para trás, independentemente da nossa vontade.
Assim, dei comigo perdida por entre memórias... de momentos, de pessoas, de marcas que outros deixaram em mim, de fragmentos de sentimentos. Olhando-me no espelho, em retrospectiva, apercebi-me de quantas peças de vestuário e adereços devia eu já ter guardado e ainda transportava bem colados a mim... porque, apesar da estima e carinho que lhes possamos dirigir, é inevitável: temos de nos ir despindo de muitas elas.

Porém, para nos despirmos é necessário tempo, pois não arrancamos as vestes com que nos fomos revestindo, mas antes tiramo-las cuidadosamente para as guardarmos no armário das roupas que já não usamos e que não damos a ninguém, pois estas também só nos servem a nós próprios, - mais que isso - fazem parte de nós.



Finalmente, entrei em 2009!, porque finalmente me despi de 2008... e de 2007 e de 2006 e ainda de 2005.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Balanço.

Despedida, 2007. 2008!, Cumprimento.

Exames, Economia? Dúvidas. Mudanças, N.: Incompreensão, Dor, Fim, Perdão. Aniversário: Último Ano Teen, Jantar Inesquecível, Pessoas Importantes. Recomeço! Bateria, Conjunto, Jornada. Revolução! Siamesa: Amizade Sustentada. Sentimentos... Bons momentos, J.: Novo início. Recuperado, R.N., Perdido. Decisões: Adeus Economia, Sempre Amigos FEUNLianos! Novo caminho? Exames, Despedida, Férias! Bairro Alto, até C.M. por J.L.. Pioneiros, Praia da Galá, Monitora Mi. Braga: Família, Prima L.! Porto: R.N., Regresso, Obrigada. Cidadela, Ensaios. Lisboa: Siamesa e U.S. New Friends. Itália: Loppiano e Firenze, Escola Gen... Renovada! Fátima: Mariápolis Aggiornamento. Londres: Família, Angústias. Desilusão, J.: Inviável. Treinos, Ambiente, Transição: Júnior - Sénior. Descoberta Fascinanete, D.G.: Mentiras Inesperadas. Educação: Caloira, Nova Faculdade, Praxes, Novas Colegas! Muito Trabalho. Redescoberta, D.G.: Novo Caminho, Reconstrução, Grande Amizade, Essencial. Jantar do Coiso: Confusão, Multidão, Importantes! Natal: Barcelona, Família, Irmão Erasmus, Confidências Irmão Mais Novo, Auto-Reflexão. Saudades, R.N., D.G., R.G.! Trabalhos de Grupo, Trabalhos Individuais, Testes. Festa de Passagem de Ano? Gen, Ausência D.G., Presença R.G., Reaproximação C.P. e C.C., Fogo de Artifício, Coração da Cidade.

Despedida, 2008. 2009! Cumprimento.