domingo, 26 de abril de 2009

Oportunismo.

Num esforço conjunto, começamos a entender o significado desta palavra... Começamos, sim, uma mais à frente que a outra, também porque uma começou a sua reflexão há uns dias e outra há já uns anos, mas ainda assim é somente um início no entendimento. Caramba, não é fácil!
É comum, no exercício que realizámos separadamente, que o encadeamento de ideias nos leve a dois pontos fulcrais: interesse e egoísmo; conjugados, teremos então o oportunismo. Fantástico! Ou não... 

O que é o oportunismo?
[Uma] Política que consiste em tirar o melhor partido das circunstâncias, transigindo, quando necessário, com os princípios; [um] comportamento do [/de um] indivíduo que orienta a sua actividade segundo as circunstâncias e que subordina os seus princípios aos seus interesses do momento. 
Assim, interesse + egoísmo = oportunismo, até faz sentido, não?

Faz-nos espécie [adoro esta expressão, Sofia!] como é que há pessoas que só conseguem olhar para os seus próprios interesses e que só se aproximam dos outros com o único propósito de vir a beneficiar dessa relação, de apanhar a primeira oportunidade para conseguir concretizar os seus interesses do momento!
E ainda mais confusão nos faz a sua capacidade de representação, de se camuflarem de simpatia e afins de um modo tão natural...
Malditas relações por interesse!

Porém, quando pomos o nosso lado racional a reflectir... Não serão todas [ou a maioria das] relações movidas por este O-Que-É-Que-Tu-Tens-Que-Me-Podes-Dar mútuo?
É que é tão normal este jogo de interesses que comanda a sociedade de hoje que, talvez [com um certo grau de probabilidade], muitos sejam oportunistas inconscientemente... O egoísmo e a sede de uma oportunidade são tão grandes que, às tantas, as pessoas nem se apercebem que estão [e se dão] com as outras porque precisam delas de alguma maneira.

E agora olho à minha volta! E deparo-me com uma multidão de interesseiros, oportunistas e egoístas! O que é que eu faço a esta gente toda? - concluiu a Sofia.

Olho à minha volta e, no meio de um mundo tão invadido pelo gigante Eu de cada indivíduo, sinto-me uma centelha de esperança, caminhando de mãos dadas com já tantos que são aqueles que partilham deste meu Acreditar num Mundo Unido! [pesquisar e descobrir o 1 de Maio] - sussurrou a Mi, com um enorme sorriso.



MI: a Maior Idiota & Sofia: de Amante do Saber [obrigada].

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ensino.

Aviso: talvez o texto esteja demasiado hiperbolizado, tanto em relação à realidade, como à minha opinião pessoal, mas tinha de ser, porque...


Estou indignada!
É isso mesmo, as três palavras com toda a força: IN DIG NADA! É que o ensino é isso mesmo: NADA. Até é - ou tenta ser - qualquer-coisa, mas qualquer-coisa que deveria ser muito-mais... Mas será que ninguém tenta elevar a fasquia?

VIVA O MUNDO DO FACILITISMO! - dizem os estudantes (e eu!).


Neste mundo académico, odeio duas coisas:
. ser tratada como um bebé ignorante de "gugu-dada";
. ser encarada como um burro de carga sem vida própria.

Bolas, acho que não vale a pena os professores encherem-nos de trabalhos práticos, de grupo, nem de terem uma lista enorme de elementos de avaliação que, inseridos num plano de 10 (e repito, DEZ) unidades curriculares num semestre, acabam por se atropelarem uns aos outros... mas daí a quase prestarem auxílio nos testes teóricos já bastante simplificados, ainda vai um grande passo!
É que, quando se domina determinada matéria, consegue ver-se o quanto se esforçam alguns professores para que todos passem e tenham boas notas... e consegue rir-se imenso nessas aulas com o ridicularizante nível de dificuldade da matéria dada... ah, e ainda se consegue quase adormecer (e o "quase" só se mantém por respeito)!

Um problema deste facilitismo é a ausência de selecção, isto é, nunca os bons sobressaem muito positivamente, nem os maus pelo lado menos positivo, o que gera uma homogeneidade de resultados não representativa da realidade.


Assim, até é fácil ter uma boa média a estudar e fazer trabalhos na véspera... Para quê mudar?

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Apanhada.

(Adaptado...)

Ele: Queres brincar comigo?
Ela: Sim... Quero!
Ele: A sério? Queres brincar a quê?
Ela: A que é que sabes brincar?
Ele: A tudo, desde que não magoe...
Ela: E a que é que te apetece brincar?
Ele: Hmmm... Não sei. Já me esqueci como é que se brinca, já não o faço há tanto tempo...
Ela: Pois, era o que eu previa...
Ele: Mas sei brincar à apanhada!
Ela: Só? Costumas andar a fugir ou a apanhar?
Ele: Primeiro, corria atrás; agora, prefiro fugir.
Ela: Já viste? De caçador a caça...
Ele: E queria mesmo era aprender de novo a jogar às escondidas!
Ela: Vê-se mesmo que és um jovem do século XXI...
Ele: Desculpa lá, não me apetece falar sobre isto... Fugi.
Ela: Como todos, como sempre. Foge.

(Offline.)

Ela foi deitar-se. Dormiu das 19h às 7h.
Ela esteve ensonada durante todo o dia.



MI: a Maior Idiota.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Auto-domínio.

O ser humano é um actor!

Não obstante reagir, o ser humano age; isto porque tem consciência. É um ser racional que expressa uma intencionalidade através da sua acção premeditada. Ou seja, as pessoas - supostamente - não agem à parva, mas reflectem - ainda que por milésimos de segundo - antes de agirem.
Assim, para agir, o indivíduo tem de dar ordem a si mesmo para o fazer - uma diferença de acção para reacção - e isto não está directamente ligado ao campo das vontades, uma vez que eu posso não ter vontade de fazer algo mas, movida por qualquer força maior - por exemplo, o dever -, dar ordem a mim mesma para o fazer, ainda que me contrarie o desejo.
Deste modo, encontra-se antes ligado ao campo do auto-domínio, medido por esta capacidade de agirmos contra a corrente de nós mesmos.

Posto isto, olhando em volta, eu penso que, das duas três: ou a corrente de cada um é forte como tudo - mas aí, talvez, as pessoas fossem menos influenciáveis, não? -, ou o seu auto-domínio é frágil como mais que tudo - o que parece uma hipótese -, ou ainda as pessoas não pensam lá muito e agem um bocado à parva.

O ser humano é um actor, mas nem todos nasceram para brilhar na arte.


Adenda: é difícil, muito difícil, aceitarmos a nossa incapacidade para irmos contra a nossa vontade - ou falta dela -, por mais que conscientemente saibamos que era o que deveríamos fazer. Pessoalmente, aborrece-me bastante, faz-me comichão, irrita-me profundamente... dá-me vontade de arrancar cabelos. Mas chegou o fim-de-semana!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Luas.

De lágrimas nos olhos, a fervilhar por dentro, enfrentei a noite gélida, sem coragem - por puro desespero de cansaço físico e emocional. Nem a brisa do Tejo me arrefeceu a temperatura interior!

Caminhando ao longo da margem norte, libertei-me de tudo: sem espectáculo, simplesmente, chorando... entregando-me, por momentos, àquela dor profunda, de mãos nos bolsos, a passos lentos e largos, em silêncio.

A minha mente corria de um lado para o outro, de nostálgicas saudades, de carência de auto-estima-e-confiança e de excesso de preenchimento do quotidiano.


Alheia à cidade que não adormece, deitei-me naquele banco, já muito usado, que nem uma sem abrigo, e os meus olhos detiveram-se naquele tecto imenso, defendido imponentemente do completo negrume pela resplandecente lua quase, quase cheia - única sobrevivente ao manto suave de nuvens citadinas que levemente se arrastavam, ocultando os minúsculos e longínquos pontos estrelares.

Quão pequeno é o meu ser; quão ínfima é a minha dor.


Embebida momentaneamente por uma brisa fugidia tenuemente positiva, sentei-me num salto e, tentando alcançar com o olhar pormenores da margem de lá, sorri.

Quão enorme é o mistério da vida; quão fugaz é o tempo que a nossa dura para o desvendar.



Não sei que palavras usou, mas as lágrimas secaram.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Duplo-Problema.

Caros leitores,


Venho por este meio informar-vos de que tenho um problema. Não - não se riam, eu sei que toda a gente tem problemas e no plural, mas - não é um problema qualquer, nem tampouco único; é um problema deveras especial.
Posto isto, não vou deixar o mistério no ar: eu sofro de excesso de descontracção - Olá, eu sou a Mi e sou uma excessivamente descontraída não-anónima. - estão de sobrancelha levantada e com vontade de colocar o indicador direito na testa contraída?

Pois bem, é nas férias - e nas vésperas de exames, entregas de trabalhos e afins - que eu me dou conta do enorme problema que esta característica - sim, a excessiva descontracção, por si própria, não é um problema - minha me traz: eu sou alérgica a obrigações calendarizadas - quer por mim, quer por outrem.

Deixem-me explicar-vos o meu problema, com uma linguagem mais simples... Eu sou má a cumprir prazos porque, como sou muito descontraída, deixo tudo para o momento seguinte! - Olá, eu sou a Mi e a minha frase preferida deve ser o 'Deixa para amanhã o que podes fazer hoje!'.
Isto faz com que, nas vésperas do cumprimento dessas obrigações, eu sinta algumas dores de barriga e comichão no fundo das costas ou até cócegas nos pés, porque a minha consciência, sob pressão, tende a expressar-se: eu sou vítima da forma de expressão da minha consciência - Olá, eu sou a Mi e tenho uma consciência expressiva sob pressão.
Assim, o problema torna-se um duplo-problema!

Após a explanação deste meu (duplo-)problema, espero que se sintam sensibilizados para a necessidade que demonstro de auxílio por parte dos que me rodeiam, quer a nível do auto-entendimento do problema e da sua respectiva solução, quer no que toca ao seu tratamento concreto.


Grata pela vossa atenção, cordiais cumprimentos.



MI: a Maior Idiota.