segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Rotina.

Regressei. E o regresso nunca é como imaginei.
Por vezes, isto acontece porque a viagem não correu como esperava, logo, aquilo com que esperava regressar é diferente daquilo com que realmente regresso. Outras vezes, isto acontece simplesmente porque aquilo que esperava encontrar no regresso não é aquilo que efectivamente encontro.
Eu voto no segundo: tudo pelo quotidiano.

O quotidiano entra-nos pela porta - e pelas janelas e por todo o sítio onde caiba - todas as manhãs, sob a forma de rotina, uma rotina de compromissos de papéis sociais e de técnicas de sobrevivência na sociedade.
Perante ele, o único poder que parecemos ter está nos desejos e nos sonhos que nos permitem ser livres num outro plano... e pronto, num ou outro pormenor do dia-a-dia que controlamos e conseguimos mover um milímetro para uma das laterais.

Como se pode deduzir, eu não gosto de rotinas. Elas cansam-me, tiram a magia que as coisas têm para mim, desmotivam-me e colocam em mim um desejo de desistência por inércia. Cá para mim, eu tenho um qualquer problema com tudo o que tenho que fazer porque tenho simplesmente que fazer... E acontece que tenho imensas coisas para fazer por esse mesmo motivo!
Com efeito, regressada de viagem, eu esperava encontrar descanso, descanso da azáfama da rotina, também. Porém, não encontrei, nem o espaço, nem o tempo, para a minha auto-desintoxicação - pois a rotina liberta toxinas, não sabiam?

Sabem que mais? Vem aí o Ano Novo! Não se diz por aí que traz Vida Nova? Pode ser que na nova versão não haja uma rotina geral por motivos que me desagradam... Pelo menos, assim o desejo, assim o sonho - isto a rotina ainda me permite!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Natal.

Palmas: boa, conseguiste estragar-nos a bela da noite Natal em família!

Este até podia ter sido mais um Natal normal, longe do perfeito, mas sem nenhum problema em especial...
Os sete por aqui, cada um no seu cantinho. Umas horas antes da meia noite juntávamo-nos para fingir um pouco o ambiente da época, com o jantar alargado a doces. Depois, seguiríamos até à Missa do Galo para cumprir o procedimento. À meia noite, finalmente felizes, abriríamos as prendas com entusiasmo. Por fim, mais satisfeitos ou menos satisfeitos, lá voltava cada um à sua vida, até umas horas antes do almoço do dia seguinte, em que voltaríamos ao pseudo-ambiente da quadra natalícia.
Até podia ter sido assim, mas não foi.

E o pior, é que não foi por nenhuma razão extraordinária!
Não surgiu um oitavo elemento, não tivémos de passar o Natal a apagar o fogo da cozinha, não fomos para a casa de família na Polónia, nem tivemos um Pai Natal a sério, com renas e trenó, a bater à porta por não termos chaminé!
O motivo é tão tristemente egoísta que eu tenho até dificuldade em expô-lo...

Como é que alguém é capaz de se recusar a sentar à mesa no jantar da véspera de Natal por caprichos birrentos infantis?
Ah, porque a minha bota das prendas devia ser a verde e não a vermelha e devia estar no meio e não na ponta, porque eu sou o segundo filho mais novo e tenho direitos, e porque por eu não ser igual a vocês e ser o mais diferente vocês gostam menos de mim, logo, sou tão inteligente, racional e lógico que, por todo este raciocínio, concluo que me posso ir deitar e dormir que nem um bebé, enquanto vocês perdem momentos da vossa vida, mergulhados num constrangimento tão profundo que nem vos permite fingir um espírito natalício.
Bah... Que é que se faz a uma pessoa assim, especialmente quando temos a plena consciência de que, apesar de ser o segundo mais novo, já tem noção da realidade e sabe o quanto nos vai custar?

Perdoa-se... Porque se ama, porque é família, na mesma, independentemente dos seus actos ou até da época do ano, desenganem-se com a hipocrisia! Aqui não, aqui foi Natal na mesma.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Partidas.

Vou partir daqui a pouco: viagem de automóvel em direcção a Barcelona.
Podia falar-vos do motivo por que vou, da companhia que levo, do tempo que por lá vou ficar... No entanto, há dois pontos manifestamente mais fortes que considero, portanto, mais dignos de relevo: desejo imenso partir e custa-me imenso partir. E isto tem lógica!

Eu adoro um partir: aquele de ir viajar, conhecer um sítio novo e tudo o que com ele se relaciona - cultura, gastronomia, língua, arte e assim -, a sensação de aventura, que traz excitação, uma certa adrenalina, muita curiosidade... simplesmente, o facto de trocar um sítio que conhecemos tão bem por um totalmente novo, onde tudo sai da rotina, até as horas.

Eu odeio um partir: aquele de deixar as pessoas a quem estou ligada, especialmente numa época tão bonita onde uma corrente de boas vibrações voa por todas - salvo algumas excepções, infelizmente não tão poucas assim - as relações, nomeadamente por não ter tido tempo para lhes dar os meus votos, num género de despedida, nem de arrumar todas aquelas gavetas da vida que se organizam em momentos que antecedem uma viagem... simplesmente, não gosto do partir que se relaciona ao deixar, um deixar num sentido de deixar pessoas e deixar coisas de pantanas.

Porém, eu vou partir na mesma e estou feliz com isso. Sei que o buraquinho que sinto no estômago agora será preenchido, em parte, pelas maravilhas que me esperam, na certeza de que a outra parte ficará completa com o regresso.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Música.

Com ligeiramente mais de um mês de existência, o Å®t Øf £övë passou-me este desafio.
Por acaso, já o tinha visto por aí a circular por outros blogues e, uma vez que me pareceram bastante interessantes os resultados, agora que me tocou a mim, resolvi aceitá-lo! Confesso não é fácil escolher o artista ou a banda, mas felizmente para mim o critério de escolha não está definido... Veremos o que sai daqui!


Regras do Desafio:

I. colocar uma fotografia individual
II. escolher uma banda/artista
III. responder às questões somente com títulos de canções da banda/artista escolhido
IV. escolher quatro pessoas para responder ao desafio, avisando-as


I. Fotografia












II. Banda escolhida: Dave Matthews Band


III. Questionário:

.01 - És homem ou mulher? Angel
.02 - Descreve-te: Dreamgirl
.03 - O que é que as pessoas acham de ti? Best of What's Around
.04 - Descreve o teu último relacionamento: Typical Situation
.05 - Descreve o estado da tua relação actual: Cry Freedom
.06 - Onde querias estar agora? Where Are You Going
.07 - O que pensas a respeito do amor? So Much To Say
.08 - Como é a tua vida? So Right
.09 - Que pedirias se pudesses ter só um desejo? Say Goodbye
.10 - Escreve uma frase sábia: Everybody Wake Up (Our Finest Hour Arrives)


IV. Nomeados: (loading...)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Egoísmos.

A Sociedade de hoje apresenta-se mais egoísta [do] que noutros tempos. - Quem discorda desta afirmação? [não ponha a mão no ar... ou ponha, se quiser, mas se quiser que eu/nós saibamos, escreva antes "eu".]

Cada vez mais [ou não, não vivi noutra altura!], as pessoas apresentam-se mais viradas para si próprias, preocupadas só consigo mesmas. O outro ao lado pode estar entupido de problemas, que o simples facto do nosso fecho do casaco ter ficado encravado poderá ser bem mais digno da nossa atenção - mas isto é só um exemplo do ego[ísmo] que por aí prolifera.
Claramente, penso que é uma máxima [pelo menos, quase] absoluta que o egoísmo não é algo bom. Portanto, atrevo-me a concluir que o altruísmo seria uma solução para a Sociedade. [Se alguém discorda, peço encarecidamente que o diga e fundamente.]
Assim, se todos fossem capazes de anular o seu próprio eu em prol do eles e vivêssemos todos genuinamente preocupados uns com os outros, teríamos o Mundo Perfeito, a realização do Paraíso!
Mas, se é claro para [quase, pelo menos] todos qual é o problema e qual seria a solução, porque não conseguimos inverter a situação, então? [Pensar...]

[Outro ponto.] Posto tudo isto, uma outra certeza que tenho é que o Mundo não é este tal, mas um Imperfeito. Assim, as pessoas não são propriamente cúmulos de altruísmo! Pelo menos, não no geral... A verdade, é que ainda há pessoas assim, verdadeiras pérolas [a meu ver], e não são assim tão poucas! Porém, se a tendência deveria ser a sua multiplicação, não me parece que consigam sobreviver para se procriarem...
E acho que a maior dificuldade para a realização da solução conhecida para o problema identificado é mesmo esta: como sobreviverão altruístas a serem constantemente violentados pelo egoísmo?



[Perguntar... responder!]

sábado, 6 de dezembro de 2008

Compromissos.

Hoje apetecia-me escrever algo. No entanto, quando tentei procurar os meus neurónios, descobri que estavam cansados e congelados - se é que podem concentrar em si ambos os estados. Então, procurei reanimá-los: vou debater um assunto com alguém. Mas qual?
Compromissos: ultimamente têm-me dado imensas dores de cabeça. Porque não?
Porque toda a gente lida frequentemente com eles, de um modo já tão mecânico e inconsciente que nem sequer têm palavras para o definir... Acreditem, eu fiz a experiência! As respostas foram maioritariamente expressões puxadas a um dos lados do rosto e olhos esbugalhados... vidrados no ecrã do computador - imaginei eu.

De facto, tenho reparado que tudo o que faço parece corresponder a um compromisso! Vou à faculdade, porque é o meu compromisso de estudante; vou aos treinos, porque é o meu compromisso para com a equipa e treinador; venho dormir e comer em casa, porque é o meu compromisso familiar; dou os parabéns a alguém que faz anos, porque é o meu compromisso enquanto amiga; respondo a sms's, porque é o meu compromisso comunicativo-relacional; cumprimento educadamente quem me cumprimenta, porque é o meu compromisso social... e não mais acabaria.
Quando não consigo estar à altura de cada um dos compromissos, ou eu própria, ou os outros, alguém me aponta o dedo, me corrige... or something, acabando por exercer uma determinada pressão para não voltar a falhar.

Bem, se calhar estou a hiperbolizar o assunto, mas eu queria chegar à parte em que escrevo para exercer essa pressão sobre as colegas de turma que não cumprem com o combinado, os amigos que não cumprem prazos para confirmações, as colegas de equipa que não cumprem com os avisos de ausência... os que me têm falhado, a quem a carapuça conscientemente serve, ou inconscientemente serve também. Posso?
Enfim, é capaz de não vir a valer de nada.

Afinal, o que é isto de compromissos? E isto de os cumprir?



E agora? Eu publiquei o texto por compromisso a vocês, leitores? E vocês? Comentarão por compromisso a mim, que tornei público o que escrevi?

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Dúvida.

Porquê, porquê agora?
Depois de tanto esforço, de tanto sofrimento, de tantas lágrimas, de tantas juras de amor... depois de tantos recomeços diários, de tantos anos de namoro... porquê?
Porque tinha de aparecer ele? E porque tinha ele de trazer tanta alegria, tanta empatia, tanta pureza, tanta sintonia, tanta paz, tanto fascínio, tanta beleza, tanta maravilha, tanta perfeição... tantas dúvidas?

Tudo estava bem. Não posso dizer que tivesse problemas com o meu namorado e que, portanto, estivesse mais frágil, mais carente, mais vulnerável... Não: tudo estava bem!
Tivemos os nossos momentos de incapacidade de diálogo e de desencontro, claro. Porém, crescemos, crescemos juntos e amadureceu a nossa relação, a tal ponto que pensava que nunca mais ninguém me roubaria aquele olhar, aquele olhar que só dirigia ao meu namorado - o homem da minha vida. Ou o suposto...
Acontece que apareceu ele.

Certo dia, sem aviso prévio e de um modo muito inesperado, o meu caminho cruzou-se com o dele. Começou com uns olhares, evoluiu para uns sorrisos, até que surgiu a oportunidade das palavras... E logo na primeira conversa eu senti. Senti um quê de qualquer coisa que me deixou meia aluada no resto do dia.
No resto dia? E no fim-de-semana e no início da semana seguinte! Só queria que ele me respondesse online, que chegasse o momento de um novo confronto sem ser virtual, que... sei lá!

Acabei por sentir algumas dúvidas a nascer e o peso do compromisso daquele namoro por que tanto lutei começou a trazer-me de volta à realidade... e afastei-me um pouco. Procurei o lado racional e até fui bem sucedida! Porém, quando um amigo dele foi apanhado num desastre, ele ficou devastado... e os nossos caminhos cruzaram-se de novo.
Enquanto via as lágrimas rolarem pelo seu rosto, em oposição à sua alegria de sempre, revi-o como o ser mais perfeito que algum dia conheci. E ali estava ele, a pedir que lhe desse a mão. E eu? Eu dei-lhe um abraço. Um abraço forte, tão quente que me deixou a tremer tantas horas depois. E foi aqui que começou a nossa reaproximação!
Conversas intermináveis durante a tarde, ambos com tanto que fazer, mas com um diálogo sempre tão fluente, agradável, profundo e bem disposto ao mesmo tempo. Parecia o início de uma bela amizade... Que bonito. Parecia!

Querem que eu conte de uma vez?
O meu namorado teve de rumar a sul - questões familiares, complicadas, referentes a saúde. Fogo, uma semana longe: ainda não tinha abalado e já estava eu de coração partido!
Que é que eu fiz? Conversei com o outro sobre isso. E ele foi tão... como sempre. Ouviu-me até ao fim e no seu tom doce e sincero, desejou ardentemente que eu estivesse bem. Tão ardentemente que me derreteu! Só pode ter sido...
Acabou o meu namorado de sair em viagem e eu não conseguia tirar o outro da cabeça e, num acto irreflectido ou reflectido em demasia, cometi a loucura de ir ter com ele, uma loucura aparentemente inocente. Oh, mas foi tão bom...
Naquele chá ao fim da tarde, já sem a luz do dia, entre carícias de mãos geladas, brincadeiras com a expressão e olhares sedutores ao mesmo tempo, os nossos lábios lá acabaram por se te tocar, como se fosse o que mais desejavam desde o primeiro sorriso.

E agora? Eu gosto dos dois. Esperem lá: isto é possível?
O que é que eu vou fazer? Engolir este suposto devaneio passageiro e manter-me racional e emocionalmente focada na relação que tenho vindo a construir nos últimos anos? Vou esconder o que aconteceu ou arriscar, sendo sincera? Conseguirei aguentar não o sendo?
Gostar de ambos... significaria não amar nenhum? Ou posso amar os dois?

(Sem mal entendidos: a eu não sou eu.)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Grandeza.


Autocitando-me:

"Um coração só é grande demais
quando tentado explicar pela razão."

Este foi o resultado de uma conversa bastante interessante que me colocou em profunda reflexão. Será que foi uma idiotice luminosamente verdadeira, esta que me saiu pelo contacto da ponta dos dedos com o teclado?
O que é um coração grande demais? Existem corações assim?




MI: a Maior Idiota.

sábado, 22 de novembro de 2008

Rótulos.

O mundo contemporâneo resolveu vestir-se de Sociedade de Consumo. Não, esperem!, não vou escrever sobre a doença que é moda no planeta de hoje... Aliás, até vou começar com uma coisa dita antiquada.

Provérbio popular: Quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele.

Eu não sei bem porque é que fui pegar nisto - e logo eu a ir buscar frases feitas do tipo clichê -, mas a verdade é que eu queria falar sobre Rótulos.
Um Rótulo é constituído pela informação referente a um produto, que é apresentada, geralmente, por escrito na sua embalagem. Posto isto, pensei em quê? No consumo? Errado. Na sociedade, nas relações interpessoais, nas expectativas.
Sou estranha? Bem, talvez.

De facto, cada vez mais me parece que isto de rotularmos todos os que nos rodeiam é algo que nos está intrínseco, no que se refere ao relacionamento com o próximo. Reparem:
. Primeiro, apreendemos o outro, no sentido em que captamos algo sobre ele por algum dos nossos sentidos, geralmente a visão e a audição.
. A partir da informação que obtemos, seleccionamos e processamos aquilo que consideramos relevante, preenchendo um género de um ficheiro marcado com aquela cara.
. Posteriormente, sempre que aquela cara aparece em qualquer lado, pimba!, sacamos do ficheiro, revemos a informação e esperamos algo de acordo com ela.
Isto só acontece no raio que me circunda, ou é um procedimento que prolifera em todos os cantos?

Deste modo, nunca somos bem imparciais na avaliação que fazemos da atitude do outro, porque previamente já analisamos tudo o que dele vem de acordo com uma descrição que elaborámos e gravámos.
Ora, isto acarreta alguns problemas, entre os quais o facto de neste tipo de Rótulos não haver regulamentação alguma por qualquer tipo de órgãos específicos, como acontece nos rótulos que vemos no supermercado. Assim, cada um organiza a quantidade e a qualidade de informação que desejar, quer derivada de uma apreensão directa, quer de uma indirecta sem qualquer tipo de validação de fontes e pronto, essa pessoa fica sujeita à avaliação de acordo com o ficheiro que lhe corresponde, independentemente de mudanças, evoluções, ou até más apreensões.



É injusto, não é? Bem, eu para minha mãe tenho o mesmo Rótulo de "Filha" desde há muitos anos... e foi ela que me vestiu assim!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Expectativas.

Começaste a ler o post, certo?
Então, agora é aquela parte em que esperas que eu desenvolva por escrito um assunto que, possivelmente, terá a ver com o título que leste um bocadinho antes. Não é verdade?
Supostamente, esperarás que eu conte uma história, que desenvolva um raciocínio, que expresse uma reflexão, que te ponha o cérebro em movimento... entre outras hipóteses. Estarei longe da verdade?

Corrige-me se estiver errada: um dos fortes constituintes do ser humano são as expectativas.
Já pensaste que estas te rodeiam, tanto quanto os planos? Aliás, já reparaste que estes podem estar até muito associados? Não? Então, olha à tua volta: todos esperam algo de ti e tu esperas algo de todos... e de tudo, no geral.
No fundo, é tudo um jogo de expectativas, especialmente no que toca a relacionamentos interpessoais! - pois ambas as partes podem jogar. E com isto não quero dizer que somos todos uma cambada de interesseiros, uma vez que a consciência é um ponto indispensável na atribuição dessa denominação... No entanto, é verdade sim, que esperamos algo do outro e isso influencia, muitas vezes, o modo como nos dirigimos a ele, o tipo de assunto que abordamos, a forma como nos apresentamos até a nós próprios na sua presença.
Claro que tudo isto vem de algum lado...

E agora, que começavas a entender uma sequência lógica neste meu desenvolvimento escrito, esperas que eu continue e conclua o assunto, correcto? E o que acontece se eu ficar por aqui, isto é, não corresponder na totalidade à expectativa? Chama-lhe o que quiseres.
Eu vou experimentar um nome - desilusão.



É isto a desilusão: a não correspondência às expectativas.

sábado, 15 de novembro de 2008

Planos.

- Então e... como é amanhã?

O sem-número de vezes que esta pergunta me pica na ponta da língua...! [Será só a mim?]
De facto, em certos momentos, dou comigo a pensar em planos - para daqui a bocado, para amanhã, para o resto do ano ou até para daqui a muitos anos, para o resto da vida - e não raras vezes o pensamento termina na dependência que sinto [Sentimos?] em relação a esta planificação elevada ao quotidiano.
Pode ser que seja uma questão de organização - o que, no meu caso, levantaria sérias dúvidas -, ou até um ponto de apoio, que nos torna imunes à desorientação entre os sucessivos momentos presentes; cá para mim, é uma questão de controlo. [Faz sentido?]

A meu ver, o ser humano sente uma necessidade de controlar: controlar a sua vida, controlar o que o rodeia, controlar os que o rodeiam, até controlar-se a si mesmo. [Não é isto que nos ensinam os pais e os sistemas primários educativos?] O controlo faz parte, não só de uma sensação de domínio - agradável a tanta gente -, mas até simplesmente de conforto; se algo foge ao controlo, é como se se dessem novos passos incertos fora da zona pessoal de conforto e, geralmente, não se gosta de sair desse espaço.
No fundo, somos uns tremendos comodistas; queixando-nos das rotinas, não vivemos sem o apoio da planificação quotidiânica. [Duvido que a palavra existisse... Mas acabei de lhe dar existência.]

E foi assim que escrevi e publiquei um post que não tem nada a ver com aquilo que, inicialmente, tinha planeado - até nisto a escrita é libertadora! -, mas... que importa o que planeei para o momento seguinte?



Amanhã? Amanhã é só amanhã.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Mi escreve:

Porque escrevo?

Porque escrever faz parte de mim.
De facto, a escrita traz uma enorme liberdade! É um brincar com letras, brincar com palavras, brincar com significados, brincar com frases, brincar com ideias, brincar com textos, brincar com mensagens. Uma livre brincadeira!
E eu sou assim: sou livre e adoro brincar. E por isso escrevo! Escrevo porque, escrevendo, sou mais eu. Ainda que nem sempre escreva estando em mim. Sim: nem sempre, quando escrevo, pareço eu a escrever. Às vezes, deixo de ser eu, para ser outra personagem e, aí, invento-me. E então?
Então, sou ainda mais livre e brinco ainda mais. Sou ainda mais eu!

E quem sou eu? Fica atento e descobre-me...
Enquanto me invento, enquanto sou livre, enquanto brinco - enquanto sou eu.