sábado, 22 de novembro de 2008

Rótulos.

O mundo contemporâneo resolveu vestir-se de Sociedade de Consumo. Não, esperem!, não vou escrever sobre a doença que é moda no planeta de hoje... Aliás, até vou começar com uma coisa dita antiquada.

Provérbio popular: Quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele.

Eu não sei bem porque é que fui pegar nisto - e logo eu a ir buscar frases feitas do tipo clichê -, mas a verdade é que eu queria falar sobre Rótulos.
Um Rótulo é constituído pela informação referente a um produto, que é apresentada, geralmente, por escrito na sua embalagem. Posto isto, pensei em quê? No consumo? Errado. Na sociedade, nas relações interpessoais, nas expectativas.
Sou estranha? Bem, talvez.

De facto, cada vez mais me parece que isto de rotularmos todos os que nos rodeiam é algo que nos está intrínseco, no que se refere ao relacionamento com o próximo. Reparem:
. Primeiro, apreendemos o outro, no sentido em que captamos algo sobre ele por algum dos nossos sentidos, geralmente a visão e a audição.
. A partir da informação que obtemos, seleccionamos e processamos aquilo que consideramos relevante, preenchendo um género de um ficheiro marcado com aquela cara.
. Posteriormente, sempre que aquela cara aparece em qualquer lado, pimba!, sacamos do ficheiro, revemos a informação e esperamos algo de acordo com ela.
Isto só acontece no raio que me circunda, ou é um procedimento que prolifera em todos os cantos?

Deste modo, nunca somos bem imparciais na avaliação que fazemos da atitude do outro, porque previamente já analisamos tudo o que dele vem de acordo com uma descrição que elaborámos e gravámos.
Ora, isto acarreta alguns problemas, entre os quais o facto de neste tipo de Rótulos não haver regulamentação alguma por qualquer tipo de órgãos específicos, como acontece nos rótulos que vemos no supermercado. Assim, cada um organiza a quantidade e a qualidade de informação que desejar, quer derivada de uma apreensão directa, quer de uma indirecta sem qualquer tipo de validação de fontes e pronto, essa pessoa fica sujeita à avaliação de acordo com o ficheiro que lhe corresponde, independentemente de mudanças, evoluções, ou até más apreensões.



É injusto, não é? Bem, eu para minha mãe tenho o mesmo Rótulo de "Filha" desde há muitos anos... e foi ela que me vestiu assim!

55 comentários:

Cadinho RoCo disse...

Interessante esta publicação.
Quando passamos a avaliar eliminamos a possibilidade da imparcialidade. Não há como ser imparcial num processo de julgamento, ainda que insistam em pretender o contrário. Por outro lado, temos o que há de mais valioso, que é a liberdade. Exatamente por isso é que somos livres para compor nossas referências, que é o que nos distingue uns dos outros. Daí a presença da arte em conquistar, entender, permtir, ceder, querer, gostar e amar. Chegamos pois ao amor que é a arte das possibilidades que incluem a eliminação, ou transformação, dos rótulos que incomodam o nosso viver.
Cadinho RoCo

Ailime disse...

Querida Mi,
Permita-me que a trate assim.
Agradeço-lhe ter deixado a sua "marca" no meu cantinho, que me deixou muito feliz e até parece que veio na "hora certa".
Sabe, Ele conduz-nos para onde acha que é necessário e só Ele sabe os porquês.
Eu já não sou jovem, mas sinto como os jovens muitas estigmas e por isso apreciei e muito o seu texto.
Voltarei mais vezes, porque achei que temos pontos de vista em comum na maneira de "enxergar" as situações que aponta.
Deixo-lhe um grande beijinho, fazendo votos para que Cristo-Rei, seja sempre o seu, o Nosso Senhor.

Mi disse...

Cadinho RoCo, não há mesmo possibilidade de se ser imparcial num julgamento? Bem, talvez. Porém, quanto menos conhecermos os intervenientes, à partida mais parciais somos, não é verdade?

Bem, agradeço imenso o comentário. Pôs-me a contra-reflectir.

Bom domingo!

Mi disse...

Ailime, ainda bem que cheguei na hora certa, então. Volte sempre!

Um beijinho. Bom domingo!

Ianita disse...

A imparcialidade não existe. Ponto.

O ser humano é um ser circunstancial e que é influenciado, desde o útero por tudo o que o rodeia. Ponto.

Por isso, todos nós somos incapazes de tomar uma decisão, de uma palavra, de um olhar que não esteja influenciado por todas as nossas vivências.

O segredo está em perceber isto. Em saber que este condicionalismo existe e tentar contorná-lo. Enquanto professora tive alunos preferidos. Não vale a pena eu estar aqui com demagogias e dizer que eram todos iguais para mim porque não eram. Ao ter noção disto, o que sempre fiz foi tentar que a minha preferência não se notasse e tentei tratá-los a todos da mesma forma.

Ou seja, o que pretendo dizer é que embora enquanto seres animais que somos estejamos condenados aos rótulos, a pô-los e a tê-los, como animais pensantes temos a capacidade de ver para lá deles. Ver para além da pele de lobo. É esta capacidade de ver por dentro, de abrir a caixa e ver se o que está lá dentro está conforme o rótulo ou não, é isto que nos faz humanos.

Kiss :)

B! disse...

Já agora, e se não for indescrição, que desporto practicas?

B! disse...

*indiscrição

Anónimo disse...

só tu pa pores a negrito aqueles promenores nos quais só tu pensarias... :P e só tu pa começares com um provérbio que parece nao ter nada a ver com nada!!
agora que vim aqui tenho de deixar uma opiniao? nao quero!! :P nao mandas em mim. ai nao? loooooool
vou ver se volto logo que esta na hora da paparoca!! big kiss

Mi disse...

Ianita, tens toda a razão, parece-me. Acho que nunca quis ver um cenário assim... Mas é a verdade.
E o contornar essa inevitabilidade é, sem dúvida, uma das coisas que nos torna seres humanos, pensantes!

Oh, que lindo domingo de sol... Eu fico feliz quando me põem a pensar e, assim, me levam a algum lado! Obrigada.

Beijinho grande!

Mi disse...

B!, é o basket - há 10 anos a fazer esta menina feliz!

Mi disse...

David, o puto, tu és sempre assim ou é só quando estás com fome? Esquece, és mesmo sempre assim... E aposto que não voltas para comentar coisa alguma! He he.

Beijinho e bom domingo, amigo!

Allie. disse...

Concordo plenamente.
Se há coisa que por acaso nunca gostei, foi de rótulos, não gosto de os pôr e não gosto que mos ponham.
Acho que, ao rotularmos alguém, automáticamente vamos pôr o mesmo rótulo ao pessoas com as mesmas características e, por vezes, os rótulos poem-se de tal modo no caminho que não vemos as pessoas como elas são. Muitas vezes, se vissemos para além dos rótulos, podíamos ter supressas bem desagradáveis.
E depois, há aquelas com os rótulos bem bonitinhos e que, vamos a ver, são produto estragado. --'

Beijinho!**

DANTE disse...

Ora aí está um outfit dificil de guardar no roupeiro e nunca mais o usar. Temos e criamos as nossas opinioes ao longo da vida , mas a nossa educação , a dada pelos pais , de certa forma condiciona-nos no 'olhar clinico' que damos ás coisas que nos rodeiam.
Cabe a nós sermos verdadeiros com os nossos gostos pessoais e tolerantes com os dos outros.
No meio lá se vai arranjando alguma 'justiça'...

Jokas Mi :)

Anónimo disse...

vês mizinha cm te enganas?? aqui tou eu pa deixar uns ares da minha graça.... lolool coisas mnhas k tu entendes!
ja andava era farto d ouvir sobre este texto k nunca mais saia.... finalmente!!e nao desiludiu nada claro, tb ja sabia isso! qto á minh opiniao ja falámos do assunto e ja t disse k isto dos rotulos nao me parece k seja contornavel.... acho que é impossivel nao associarmos uma legenda a alguem que conhecemos melhor ou pior, pk s temos kkr tipo de conhecimento dela é normal k isso influencie as tais expectativas k temos dessa pessoa..

e pront tu sabes cm eu sou mt bom a exprimir-m né?!! big kiss ja sabes tb!! :p

u João disse...

Olá!Uma boa perspectiva a tua, concordo.
Acho que prcisamos de rotular para nos sentirmos identificados.Essa identificação provoca segurança nas nossas escolhas. Existe o perigo de essa rotulagem ser meramente superficial. Criamos prateleiras mentais onde vamos armazenando os diversos padrôes e atitudes do que vamos vivenciando, escolhendo pra deitar fora.
O caso das pessoas que são mais facilmente rotuláveis -pessoas ligadas às diversas artes - para sairem desse circulo, quase que se têm que reinventar, acho muito interessante.As pessoas "comuns" têm mais facilidade, porque a vida é composta de mudança..sempre.
beijo

Marco Rebelo disse...

ora aí está! :)

Anónimo disse...

bom, eu assumo. gosto ou não gosto, no primeiro olhar, mas não tem a ver com roupas, penteados, maquilhagem, perfume ou por ai, mas sim pela atitude em "palco".
continuo a gostar ou a não gostar com a primeira fala...
ainda dou mais uma hipotese e gosto ou não gosto na primeira acção... depois já começa a ser dificil mudar de opinião, mas mudo sempre que necessário.

Anónimo disse...

Rótulos...por mais que tente não os meter a alguém...há sempre um que não escapa...hehehe...todos temos opiniões diferentes sobre cada um...é claro q há rótulos que não nos caem bem...mas no entanto uns compensam os outros...
Eu fico feliz por ter o rótulo de "filha"...de "esposa" e de "mãe"...hehehe...e olha que não são rótulos nada fáceis...hehehe
Beijocas grandes e boa semana

Mi disse...

Allie, é bem verdade... A incapacidade de vermos por detrás dos rótulos faz-nos perder muita coisa boa e ganhar outras menos boas.

Dante, adorei o comentário, especialmente, a parte final:
"Cabe a nós sermos verdadeiros com os nossos gostos pessoais e tolerantes com os dos outros.
No meio lá se vai arranjando alguma 'justiça'..."
Temos mesmo de ser coerentes connosco próprios e respeitar o espaço do outro. Completamente de acordo!

Mi disse...

David (o puto!) - não volto a corrigir... -, fogo, até fiquei espantada! Deves ter-te esforçado mesmo muito para conseguires juntar tantas palavras... He he!
Conversas entre amigos, assim, sabem sempre bem.

Obrigada por tudo!

Mi disse...

U João, achei muito interessante teres mencionado o ponto da rotulagem meramente superficial... É talvez dos mais preocupantes, a meu ver, e dos mais comuns e fáceis de elaborar!
Porém, confesso que não entendi bem à primeira o que querias dizer com "pessoas ligadas às diversas artes", mas penso que te referes às "estrelas da televisão, cinema, música e afins", certo?

Um beijinho!

Mi disse...

Marco Rebelo, está aqui, sim! :P Vai mas é fazer umas piadas... He he! Beijinho grande.


Filha do Administrador, estou a ver que tens uma personalidade forte... e o assumes, claro, como todas as personalidades fortes, sem medo! He he.

Mi disse...

Olha por Mim, o que eu quis dizer com o rótulo de "Filha" era que, para a minha mãe, eu podia crescer, esforçar-me por melhorar este ou aquele defeito, que... continuaria a ser sempre a mesma! Por vezes, isso desmotiva um pouco, sim.
Mas sim, parece que os rótulos estão mesmo inerentes às pessoas... como o pó às divisões da casa, especialmente, aos sábados de manhã!

Boa semana, sim!

Lita disse...

Adorei o teu post.
Parece-me,cada vez mais que não há nada verdadeiramente certo ou errado. Nós rotulamos. É verdade. Biologicamente rotulamos, foi assim que o cérebro evoluiu, aprendendo a chamar gato aos bichos com 4 patas, bigodes e que fazem miau, mesmo que tenham pêlo de cor diferente... e isso poupa-nos espaço e energia. Só que o fazemos com tudo...e, como dizes, não há regulamentos, só os nossos (pré)conceitos... aquilo que tirámos da experiência.
Como diz a Ianita, penso que ter consciência de que rotulamos e tentar que isso não seja verdadeiramente prejudicial para o outro, talvez seja o melhor que podemos fazer.
Acho... :)

homempasmado disse...

Olá Mi,

De acordo com este dicionário:
http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx

As definições de parcial e imparcial, são:

PARCIAL
adj. 2 gén.,
que faz parte de um todo;
em parte;
favorável a uma das partes em litígio;
partidário;
sectário;

s. 2 gén.,
pessoa partidária de alguém;
correligionário.

--

IMPARCIAL
adj. 2 gén.,
que não é parcial;
que apenas procura a verdade;
justo;
recto;
equitativo;
neutral.

--

Ser imparcial não significa não ter favoritismos. Ser imparcial significa não decidir com base nesses favoritismos.

Vemos a imparcialidade em acção “todos os dias”:

No tipo que defende que a equipa contrária, de que nem gosta, merecia ganhar sobre a sua;

No juiz, que acredita piamente na culpabilidade do réu, mas que não tem matéria para o provar e que deve julgar inocente.

Em nós, quando desejamos algo, mas que sabemos ser errado porque vai prejudicar alguém. Por isso, decidimos sobre o que é correcto, sobre o que nos beneficiava.

Como vês, não parece assim tão impossível essa tarefa.


--

Disseste isto:
“…Porém, quanto menos conhecermos os intervenientes, à partida mais parciais somos, não é verdade?...”

Querias dizer: mais imparciais. Certo?

--//--


Há quem defenda a impossibilidade de não ter preconceitos, ou de rotular. As ideias preestabelecidas são intrínsecas ao ser humano.

O problema não é ter rótulos. O problema é que tipo de rótulos se tem, e a inflexibilidade com que os mantemos.

Ou, por outras palavras, se somos parciais ou imparciais aos rótulos que podemos mudar, em face de novas informações que ponham em causa os valores adquiridos.



Tchau.

Rafeiro Perfumado disse...

Eu gosto de rotular as pessoas. Aliás, tu própria o fazes, quando crias um blog e uma lista de links que gostas de visitar. Vero?

Beijoca não rotulada

Mi disse...

Lita, como se alargássemos as representações normais objectivas aos julgamentos subjectivos em relação ao outro?

Anónimo disse...

o rotulo com que os pais nos marcam não é assim tão negativo Mi.

por vezes custa, sei bem, mas para eles seremos sempre pequeninos e não podemos, por isso, "condena-los". Senão... Não estaríamos nós a marca-los com um rótulo identico?

tenhamos...

Príncipe Myshkin disse...

O Proust, logo nas primeiras páginas do "Em Busca do Tempo Perdido" (estou agora no segundo volume, parado na cabeceira, na expectativa do Natal), talvez o livro mais belo do mundo, diz qualquer coisa como isto: "Nós somos construções sociais dos outros".
Não pude deixar de me recordar dessa passagem, porque é muito semelhante com tudo o que dizes. Também ele explica que, no fundo, em vendo uma pessoa, nós não vemos uma cara, um corpo, mas sim todo um conjunto de memórias & expectativas.
Rotulamos as pessoas, sim. A expressão é forte: o verbo 'rotular' tem logo um sentido negativo, nestas coisas: não nos deixas ser imparciais.
Falas de mudanças de carácter, que podem invalidar o rótulo velho. Não nego que ultimamente me tenho tornado um pouco agnóstico dessas coisas (é parte do pessimismo que se vai ganhando com a idade). O que nós temos é muita gente em nós, todos à espera de crescerem, e vamos talvez mudando-os volta e meia, da mesma maneira que escolhemos a roupa para ir à escola porque não somos ingleses e não usamos uniforme.
Acredito que temos uma natureza intrínseca, um ADN da alma, como do corpo, sobre o qual se acumulam depois todas as nossas experiências e relações, moldando-nos. Sendo um mesmo corpo, um homem pode mudar muito: cresce, deixa a barba crescer, deslarga o cabelo, emagrece, ata-se num cachecol. Disfarçamo-nos porque nos cansamos de nós e não podemos fugir: mas podemos passear no parque ao lado de casa.
Os rótulos são como legendas de filmes: às vezes estão muito mal traduzidos, outras vezes nem traduzem (palavras simples, como 'hello!' ou 'no'), outras tantas nem seriam necessárias: falam as imagens por si e as acções pelas pessoas. Porém, sem legendas, não percebíamos o filme, mesmo se é um entendimento mediado, não-directo e, por isso, insoluvelmente falso.
Mas é o melhor que temos. E quanto mais cuidamos de uma pessoa, mais rótulos temos dela: cada novo rótulo uma descrição mais precisa, mais exacta, mais próxima. Se eu disser 'gato' pode ser qualquer bicho. Se eu porém disser 'gato' 'castanho' 'pequeno' 'Pitágoras', é um e um gato apenas: o do meu ex-professor de Matemática.
Os rótulos são como almofadas: é uma maneira de tornamos confortável o que seria, 'a priori', estranho (tudo o que não é nós é sempre estranho). Os rótulos são uma maneira de dar significado, de dar sentido e podemos sempre reescrevê-los nem que seja para os reescrever, e onde estava 'inocente' voltar a escrever 'inocente'.
O Kant dizia que havia três perguntas fundamentais a Filosofia, a última delas: 'o que posso esperar?'. Os rótulos que aplicamos às pessoas são a resposta a isso e até o rótulo de 'imprevisível' é, no fim de contas, isso mesmo: mais um rótulo.

Rótulo deste discurso (nos blogues chamadas 'tags'): longo & divagador, sem conclusão nem acrescento de coisa nenhuma.

moreagain disse...

boas

tenho passado por cá mas não tenho tido muito tempo para comentar. Mas gostava só de dizer sobre este assunto, que a meu ver o problema não são os rótulos que pomos nas pessoas (quer queiramos admitir ou não, todos o fazemos), mas sim o modo como agimos perante esses ditos "rótulos".

podemos dar valor ou não a eles. a meu ver não são os rótulos que definem uma pessoa, temos de ser capazes de passar por cima deles(quer positivos, quer negativos). pois se não conhecemos o que esta por detrás do rotulo como sabemos que o rotulo é verdadeiro?

abraços e beijos

Thiago Forrest Gump disse...

Injusto mas é o que é!

Sorrisos em Alta disse...

Não vejo mal nisso.
Pelo contrário: explico logo à partida que tenho o meu rótulo em braille e, quem me queira conhecer, tem quer me apalpar!!!
Mesmo que não gostem... já gozei!

;o)

Beijoca

Mi disse...

Homem Pasmado, muito agradecida pelo esclarecimento... Foi-me devolvida alguma da minha aparentemente utópica esperança. Muito lógico, parece-me!

Quanto àquilo que eu queria ter dito, era mesmo "imparcias" em vez de "parciais", como disseste!

E mais uma ideia a reter: procurar a flexibilidade com que rotulamos o outro.

Uma vez mais, obrigada pelo comentário e volte sempre!

Mi disse...

Rafeiro Perfumado, confesso que a minha lista tem uma função muito mais prática de facilidades de acesso... nunca tinha pensado nisso como um rótulo! Beijinho


Anónimo, não sei quem és, mas sem que partilhas do meu estilo de vida... assim, começo por agradecer a passagem por aqui!
De facto, é verdade: eu respondo ao rótulo de "filha" com um rótulo de "pais". Também eu devo procurar olhar com olhos novos! Tenhamos, sempre.

Mi disse...

Príncipe Myshkin, meu querido amigo... Uma passagem tão demorada da tua parte é um motivo de grande honra para mim - sabes!

"Nós somos construções sociais dos outros." Seremos apenas e só isto? Nós somos enquanto observados e interpretados por outros? E que outros são estes? Então, nós somos vários? Ou temos um eu verdadeiro que só alguém específico conhece, como a palma da sua mão?

Quanto às "mudanças de carácter" relativamente às quais te tens tornado agnóstico, concordo que há coisas que fazem mesmo parte de nós, são o nosso feitio. Mas imagina que eu recomeço, me tento anular, para ser Amor: não deveriam os outros ser capazes de me olhar com olhos novos para ver este Amor e não qualquer outra marca menos positiva, talvez, do nosso feitio de sempre? Este talvez seja um exemplo muito específico, mas... acho que entendes.

Retenho que os rótulos são como legendas de filmes e almofadas... He he: só tu!

Rótulo que aplico a ti: amigo genial! Estou contigo, onde quer que estejas e tenhas o que tiveres para fazer e sintas o que quer que estejas a sentir... Força aí! Tenhamos.

Mi disse...

Moreagain, é memso preciso passar por cima dos rótulos e ver por detrás disso, ou por dentro, depende da perspectiva...
Passa por cá sempre que tiveres tempo e puderes, já sabes: portas e janelas abertas para um amigo!

Um beijinho grande!

Mi disse...

Thiago Forrest Gump, tem mesmo que ser assim?


Sorrisos em Alta, sempre em alta! Será que também sabes falar a sério? Dúvidas... He he!

Lita disse...

Mi, acho que sim, que é isso. Fazemos representações mentais de tudo... inclusivamente das pessoas e dos julgamentos que fazemos delas.Não é?

Mi disse...

Lita, sim, acho que sim... Acho que é um facto. O que se pode contornar é a dependências deles, penso eu. (:

Luz Santos disse...

Mi:
Obrigada a sua visita e volte quando lhe apetecer que me dá prazer.
Também lhe agradeço me ter indicado o caminho para o seu blog, em que este "grande" coração me encheu de ternura.
Tem razão no que diz sobre os rótulos, mas a verdade é que se existisse um único rótulo como seria?
Repare nós escolhemos o produto segundo o que está escrito no rótulo, pois pode dar-se o caso de sermos "alérgicos" a qualquer componente que o produto contenha. Assim vamos escolhendo o que se identifica mais com a nossa personalidade.
A rotulagem, para nós é necessária.
Não temos outra maneira de fazer a escolha.
Bom fim de semana
A Luz A Sombra

AC disse...

Da forma que a sociedade se estrutura, são necessarias bases, codigos aos quais quem educa se possa agarrar, biblias de ensino. No nosso caso é um versão coom uns anitos valentes de desactualizaçáo, mas mesmo assim prefiro a nossa á de outros...

Infelizmente, essas referencias seculares têm um preço, a ideia preconcebida!

Bom post

Quidam disse...

acho que nunca se conhece uma pessoa, conhece-se antes a nossa imagem dessa pessoa; assim, cada um de nós pode vir a ser tantas pessoas quantas nos conhecem.

Mi disse...

A Luz A Sombra, agradeço desde já o comentário! O rótulo como ajuda na escolha do produto... Tudo bem, mas até que ponto são este tipo de rótulos neste tipo de produtos confiáveis?

Até breve!

Mi disse...

Dias, então, é tudo culpa da estrutura da sociedade? Obrigada.

Quidam, então, conhece-se a pessoa mas aos nossos olhos, é isso?

homempasmado disse...

Não me parece que exista alguma lei da natureza que estabeleça a incompatibilidade entre a imagem que criamos de uma pessoa e aquilo que ela é.

Mi disse...

Homem Pasmado, mas será que isso acontece sempre? Ou grande parte das vezes? Ou raramente? E quem é que estabelece aquilo que a pessoa realmente é?

homempasmado disse...

Não tenho estatísticas para te oferecer :-D

Mas suponho que a imagem será tanto mais "real" quanto a honestidade do emissor e a capacidade do receptor em ver para além das aparências.

--

Li algures que uma pessoa é 3 coisas:

Aquilo que ela pensa que é.
Aquilo que os outros pensam que ela é.
Aquilo que ela realmente é.

Creio que uma pessoa é, sobretudo, a forma como age. Aquilo que faz.

Mi disse...

Homem Pasmado, concordas com isso que leste? Se concordas, então a pessoa nunca é realmente aquilo que os outros pensam que ela é. Logo, existe a tal incompatibilidade que começou por não te parecer existir.

Boa? Explica-me agora com raciocínios matemáticos! He he...

homempasmado disse...

Cá vai a matemática ;-)

Numerando cada uma das premissas de 1 a 3, pode acontecer que 1=2=3

Mas também podes ter, por exemplo:
1=2 mas não=3
Ou 1=3 mas n=2

O que vai depender do grau de autoconhecimento que se tem, do quanto nos conhecem, etc, etc.

:-P

3 não é obrigatoriamente cognoscível pelos observadores nem precisa deles para existir, mas isso não faz com que seja impossível conhecer.

Afinal, se a árvore cai na floresta, e ninguém a ouvir cair, a queda, mesmo assim, produziu som!
Ou não?

:-O

Mi disse...

Homem Pasmado, porque me baralhas tu? :P

homempasmado disse...

Mas como é que a matemática te pode baralhar? :-D

Mi disse...

Homem Pasmado, é simples... não sei explicar! He he!

homempasmado disse...

:-P

Anónimo disse...

Rótulos ... após os teus posts iniciais vou fugir À tentação de te rotular e tentar descobrir mais sobre ti ... de que maneira? A mesma que aplica aos rótulos (não que seja comparável mas é perceptivel). Os rótulos são apenas informações que condicionam o leitor, como tal, é sempre melhor descobrir o conteúdo, apreciá-lo e criticá-lo sem ligar ao que o exterior nos diz.
Rótulos? Para que servem? Gastar papel e cola!

Mi disse...

Gato, ainda assim, eu estou rotulada como, um dia destes, ainda vir a namorar com o Zé Carlos... Ah ah ah! É só um rótulo, não é mais do que papel colado. He he!