quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Grandeza.


Autocitando-me:

"Um coração só é grande demais
quando tentado explicar pela razão."

Este foi o resultado de uma conversa bastante interessante que me colocou em profunda reflexão. Será que foi uma idiotice luminosamente verdadeira, esta que me saiu pelo contacto da ponta dos dedos com o teclado?
O que é um coração grande demais? Existem corações assim?




MI: a Maior Idiota.

sábado, 22 de novembro de 2008

Rótulos.

O mundo contemporâneo resolveu vestir-se de Sociedade de Consumo. Não, esperem!, não vou escrever sobre a doença que é moda no planeta de hoje... Aliás, até vou começar com uma coisa dita antiquada.

Provérbio popular: Quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele.

Eu não sei bem porque é que fui pegar nisto - e logo eu a ir buscar frases feitas do tipo clichê -, mas a verdade é que eu queria falar sobre Rótulos.
Um Rótulo é constituído pela informação referente a um produto, que é apresentada, geralmente, por escrito na sua embalagem. Posto isto, pensei em quê? No consumo? Errado. Na sociedade, nas relações interpessoais, nas expectativas.
Sou estranha? Bem, talvez.

De facto, cada vez mais me parece que isto de rotularmos todos os que nos rodeiam é algo que nos está intrínseco, no que se refere ao relacionamento com o próximo. Reparem:
. Primeiro, apreendemos o outro, no sentido em que captamos algo sobre ele por algum dos nossos sentidos, geralmente a visão e a audição.
. A partir da informação que obtemos, seleccionamos e processamos aquilo que consideramos relevante, preenchendo um género de um ficheiro marcado com aquela cara.
. Posteriormente, sempre que aquela cara aparece em qualquer lado, pimba!, sacamos do ficheiro, revemos a informação e esperamos algo de acordo com ela.
Isto só acontece no raio que me circunda, ou é um procedimento que prolifera em todos os cantos?

Deste modo, nunca somos bem imparciais na avaliação que fazemos da atitude do outro, porque previamente já analisamos tudo o que dele vem de acordo com uma descrição que elaborámos e gravámos.
Ora, isto acarreta alguns problemas, entre os quais o facto de neste tipo de Rótulos não haver regulamentação alguma por qualquer tipo de órgãos específicos, como acontece nos rótulos que vemos no supermercado. Assim, cada um organiza a quantidade e a qualidade de informação que desejar, quer derivada de uma apreensão directa, quer de uma indirecta sem qualquer tipo de validação de fontes e pronto, essa pessoa fica sujeita à avaliação de acordo com o ficheiro que lhe corresponde, independentemente de mudanças, evoluções, ou até más apreensões.



É injusto, não é? Bem, eu para minha mãe tenho o mesmo Rótulo de "Filha" desde há muitos anos... e foi ela que me vestiu assim!

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Expectativas.

Começaste a ler o post, certo?
Então, agora é aquela parte em que esperas que eu desenvolva por escrito um assunto que, possivelmente, terá a ver com o título que leste um bocadinho antes. Não é verdade?
Supostamente, esperarás que eu conte uma história, que desenvolva um raciocínio, que expresse uma reflexão, que te ponha o cérebro em movimento... entre outras hipóteses. Estarei longe da verdade?

Corrige-me se estiver errada: um dos fortes constituintes do ser humano são as expectativas.
Já pensaste que estas te rodeiam, tanto quanto os planos? Aliás, já reparaste que estes podem estar até muito associados? Não? Então, olha à tua volta: todos esperam algo de ti e tu esperas algo de todos... e de tudo, no geral.
No fundo, é tudo um jogo de expectativas, especialmente no que toca a relacionamentos interpessoais! - pois ambas as partes podem jogar. E com isto não quero dizer que somos todos uma cambada de interesseiros, uma vez que a consciência é um ponto indispensável na atribuição dessa denominação... No entanto, é verdade sim, que esperamos algo do outro e isso influencia, muitas vezes, o modo como nos dirigimos a ele, o tipo de assunto que abordamos, a forma como nos apresentamos até a nós próprios na sua presença.
Claro que tudo isto vem de algum lado...

E agora, que começavas a entender uma sequência lógica neste meu desenvolvimento escrito, esperas que eu continue e conclua o assunto, correcto? E o que acontece se eu ficar por aqui, isto é, não corresponder na totalidade à expectativa? Chama-lhe o que quiseres.
Eu vou experimentar um nome - desilusão.



É isto a desilusão: a não correspondência às expectativas.

sábado, 15 de novembro de 2008

Planos.

- Então e... como é amanhã?

O sem-número de vezes que esta pergunta me pica na ponta da língua...! [Será só a mim?]
De facto, em certos momentos, dou comigo a pensar em planos - para daqui a bocado, para amanhã, para o resto do ano ou até para daqui a muitos anos, para o resto da vida - e não raras vezes o pensamento termina na dependência que sinto [Sentimos?] em relação a esta planificação elevada ao quotidiano.
Pode ser que seja uma questão de organização - o que, no meu caso, levantaria sérias dúvidas -, ou até um ponto de apoio, que nos torna imunes à desorientação entre os sucessivos momentos presentes; cá para mim, é uma questão de controlo. [Faz sentido?]

A meu ver, o ser humano sente uma necessidade de controlar: controlar a sua vida, controlar o que o rodeia, controlar os que o rodeiam, até controlar-se a si mesmo. [Não é isto que nos ensinam os pais e os sistemas primários educativos?] O controlo faz parte, não só de uma sensação de domínio - agradável a tanta gente -, mas até simplesmente de conforto; se algo foge ao controlo, é como se se dessem novos passos incertos fora da zona pessoal de conforto e, geralmente, não se gosta de sair desse espaço.
No fundo, somos uns tremendos comodistas; queixando-nos das rotinas, não vivemos sem o apoio da planificação quotidiânica. [Duvido que a palavra existisse... Mas acabei de lhe dar existência.]

E foi assim que escrevi e publiquei um post que não tem nada a ver com aquilo que, inicialmente, tinha planeado - até nisto a escrita é libertadora! -, mas... que importa o que planeei para o momento seguinte?



Amanhã? Amanhã é só amanhã.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Mi escreve:

Porque escrevo?

Porque escrever faz parte de mim.
De facto, a escrita traz uma enorme liberdade! É um brincar com letras, brincar com palavras, brincar com significados, brincar com frases, brincar com ideias, brincar com textos, brincar com mensagens. Uma livre brincadeira!
E eu sou assim: sou livre e adoro brincar. E por isso escrevo! Escrevo porque, escrevendo, sou mais eu. Ainda que nem sempre escreva estando em mim. Sim: nem sempre, quando escrevo, pareço eu a escrever. Às vezes, deixo de ser eu, para ser outra personagem e, aí, invento-me. E então?
Então, sou ainda mais livre e brinco ainda mais. Sou ainda mais eu!

E quem sou eu? Fica atento e descobre-me...
Enquanto me invento, enquanto sou livre, enquanto brinco - enquanto sou eu.