quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Bússola.

Aproximando-se o final da agitadíssima e surpreendente semana de Carnaval, apetece-me brincar ao Faz-de-Conta.

Eu sou uma menina que, quando for grande, deseja ser Construtora de Bússolas. [Como é que uma menina que ainda não é grande, logo, deve ser pequenina, tem um desejo tão estranho? Pois bem,] É que eu ouvi dizer que o falta à sociedade é um Norte, ou melhor - para que não surjam imprecisões de transcrição -, o que eu ouvi dizer é que a sociedade anda desnorteada; como tal, suponho que ande a precisar de umas bússolas para encontrar o Norte - assim é que é!
Sabem, é que eu tenho pena das pessoas que vejo na rua, cabisbaixas e apressadas, indiferentes ao potencial do ambiente que as rodeia, ao potencial dos outros que partilham o mesmo espaço, ao potencial do ser humano dentro de si mesmas... Não é pena, mas sinto-me mais afortunada que elas, pelo menos, que caminham deprimidas.
Se calhar, vou ser Construtora de Bússolas de Potencial, talvez seja isso que falte à sociedade. Ou então não... É que podia correr o risco de todas apontarem para a própria pessoa que as usa... [Não sendo esse o único potencial, acontece que pode querer manifestar-se como o mais forte, é isso?]
Bem, acho que vou voltar à ideia inicial: sou uma menina que acha que, quando for grande, vai desejar ser Construtora de Bússolas.

Eu acho que brincar ao Faz-de-Conta se torna mais difícil quando já está a fugir a época de colocar uma máscara de fingir ou de camuflar, mas... quem sabe até onde nos leva a brincadeira.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Fragmentos.

Observando o mundo que me rodeia, aquele a que vulgo chamo O Meu Mundo, fico... aos bocadinhos. É verdade.
Enquanto todo, que sou, sinto-me um jovem adolescente fragmentado pelo estímulos que me engolem... aos bocadinhos. É verdade.

- Raios!, não estou a conseguir ser explícito! [Nada que surpreenda o país, já que me poderei considerar um vulgar rapaz português não-moldado pela família, pela sociedade, pelo sistema educativo para a leitura e a escrita... mas que é bem capaz de pôr a culpa disso sobre os ombros de todos os outros.]

A verdade é que eu não tenho projectos; tenho semi-projectos. E o meu eu fragmenta-se por esses semi-projectos, sem se conseguir entregar na totalidade, ainda que apenas por meros segundos, à prossecução de uma coisa, uma, uma e só uma. Não, não dá.
A verdade é que nada do que inicio se concretiza realmente, uma vez que nunca o chego a finalizar; isto porque, entretanto, iniciei qualquer outra coisa extremamente interessante, que obrigou a uma movimentação de bocadinhos de mim, não permitindo a sua manutenção no anterior objectivo. Não, não dá.

Sentindo-me [literalmente] a boiar pela atmosfera, sou um menino que não existe mais enquanto menino, mas que perdeu a sua essência, à deriva nos fragmentos de si. Agora [que encontrou o Tico & Teco e os conseguiu juntar por uns breves instantes e] que se pôde sentar a pensar, dá início a um combate no recinto ambíguo que é o seu interior:



Limitar a sua criatividade espevitada e insatisfação de curiosidade, que o obrigam a desejar sempre a realização de variados e inovados objectivos
vs

Manter a fragmentação de si mesmo, certificando-se que... [continuem vocês]



- Vá!, arranjem-me solução, não me venham dizer que não há!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Fôlego.

Se calhar, notaram a minha ausência... Não?
Bem, isto foi só uma fraca maneira de esconder a massagem ao ego que foi compreender que a actualização do meu blogue faz falta a algumas - não muitas, mas, ainda assim, algumas - pessoas.

É verdade: tive de enfrentar a chuvada dos últimos dias sem guarda-chuva, o que me valeu uns belos tempos fechada no automóvel à porta de casa. Estava tão perto, mas tão longe... E o ar começava a ficar saturado por não circular e aquele espaço parecia-me pequeno demais para mim e só me apetecia chamar pela minha mãe! Foram uns dias difíceis.
Contudo, depois dos momentos de aperto, vêm aqueles do descanso - ainda que sejam tão poucos que mal compensem os anteriores! Aí, enquanto se recupera o fôlego, a mente parece que trabalha mais depressa. O sangue volta a correr nas veias e a chegar ao cérebro e deixamos de pensar por ímpetos automáticos de sobrevivência; passamos de reactores a actores.

Diz-se que, nos momentos de aflição, a vida nos passa pela frente, como se os nossos olhos fossem espectadores de uma tira de cinema que conta a nossa própria vida. Porém, só se diz isto nos tempos que se seguem aos cataclismos!
De facto, penso que só aí conseguimos organizar as ideias e perceber que, durante a asfixia, fomos procurar oxigénio às nossas recordações, logo, é nessa altura que colocamos realmente a tira a correr.

Play mode.



Enquanto ela corre, eu questiono-me: Quem é que a realizou?