quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ensino.

Aviso: talvez o texto esteja demasiado hiperbolizado, tanto em relação à realidade, como à minha opinião pessoal, mas tinha de ser, porque...


Estou indignada!
É isso mesmo, as três palavras com toda a força: IN DIG NADA! É que o ensino é isso mesmo: NADA. Até é - ou tenta ser - qualquer-coisa, mas qualquer-coisa que deveria ser muito-mais... Mas será que ninguém tenta elevar a fasquia?

VIVA O MUNDO DO FACILITISMO! - dizem os estudantes (e eu!).


Neste mundo académico, odeio duas coisas:
. ser tratada como um bebé ignorante de "gugu-dada";
. ser encarada como um burro de carga sem vida própria.

Bolas, acho que não vale a pena os professores encherem-nos de trabalhos práticos, de grupo, nem de terem uma lista enorme de elementos de avaliação que, inseridos num plano de 10 (e repito, DEZ) unidades curriculares num semestre, acabam por se atropelarem uns aos outros... mas daí a quase prestarem auxílio nos testes teóricos já bastante simplificados, ainda vai um grande passo!
É que, quando se domina determinada matéria, consegue ver-se o quanto se esforçam alguns professores para que todos passem e tenham boas notas... e consegue rir-se imenso nessas aulas com o ridicularizante nível de dificuldade da matéria dada... ah, e ainda se consegue quase adormecer (e o "quase" só se mantém por respeito)!

Um problema deste facilitismo é a ausência de selecção, isto é, nunca os bons sobressaem muito positivamente, nem os maus pelo lado menos positivo, o que gera uma homogeneidade de resultados não representativa da realidade.


Assim, até é fácil ter uma boa média a estudar e fazer trabalhos na véspera... Para quê mudar?

12 comentários:

Ianita disse...

Li não sei onde que não nos basta sermos bons pelos padrões dos outros, mas temos de ser bons pelos nossos padrões.

No meu tempo de Faculdade não era nada assim. Fiz cadeiras a ter de ir todas as aulas e a fazer todos os trabalhos. Fiz cadeiras por exame sem ter ido a uma única aula. Fiz orais obrigatórias e chumbei a Grego I com 10. Sim, tinha 10 e fui a oral e chumbei. Fiz cadeiras de todas as formas possíveis e nunca pensei que fosse fácil. Claro que havia matérias para que tinha mais aptidão e essas acabava por as fazer por exame, estudando um pouco a bibliografia e os apontamentos que os meus colegas me disponibilizavam. Mas, lá está, havia outras cadeiras em que era eu quem empretava os apontamentos.

Comparava por exemplo com a Católica em Braga e a FLUL que tinham o mesmo curso. Colegas meus que não conseguiam ter mais de 5 a Grego, iam para Braga e tinham 15. Aconteceu mais que uma vez. E eu, de facto, sentia essa indignação. Porque essas pessoas acabaram os cursos com médias mais altas e estão neste momento colocados numa qualquer escola secundária a dar aulas e eu tive de deixar o ensino...

Mas eu sei que saí melhor preparada. Eu gostei de ter estudado com os melhores professores. Gostei de me ter esforçado. E eu sei que nada me foi entregue de bandeja.

Por enquanto, isso chega-me. Porque consegui ser boa pelos meus padrões e não pelos dos outros ;)

jfx disse...

Bem vinda ao grande mundo académico [que já devias conhecer]!

Pois é grande Mi... Pensa que não és a única, [se te dá uma forçazinha] eu por aqui já tenho a sensação que a familia me deve ter dado como desaparecido... ate pk vendo bem as coisas, tenho a sensação que já nem sei o caminho para a terrinha... Mas sou sonhador ao ponto de acreditar que o esforço valerá a pena e que acima de tudo o esforço fará a diferença num futuro...

Quanto ao facilitismo que destroi qualquer um que se esforça porque mantém os outros k passam os dias simplesmente a aproveitar a vida [para não dizer outra klkr coisa e não é que eu ache que não estou a aproveitar a vida! Bem pelo contrário!] no mesmo patamar... faz como eu... respira fundo... olha k lindo sol está para se olhar pela janela da biblioteca... não é verdade?! heim?!

Good luck!...

Um conselho amiga, olha para ti, cuida de ti... os outros, sem esforço, mais tarde quando precisarem de correr irão cair... tu, de pé ficaras sempre porque aprendes-te "primeiro" a andar e eles não! ;)

Beijinho * e bons trabalhos por essa margem!

olha_por_mim disse...

Sabes o que de melhor posso dizer deste post???Já me safei da vida académica...lol...e viva o desemprego...lol
Sinceramente da vida académica só recordo os momentos em que faltava às aulas...os momentos de festa...enterros do caloiro...baptismos...lol...isso sim é vida académica...de resto acho que os profs abusam um pouco de nós...em vez de dar matéria toca de nos dar uns livros chatos de umas 500 páginas e fazer trabalhos sobre isso...uma chatice...o q vale é q na net conseguíamos tirar sempre uns resumos bons...ou então dar graxa aos crânios da turma para nos dar os apontamentos...lol...e se ñ bastasse os n trabalhos ainda haviam as frequências...o estudo à ultima da hora e as cábulas feitas...q deixaram de ser usadas desde q fui apanhada e expulsa dessa disciplina...passei a exame mas com a prof colada a mim para ver se eu cabulava...azar o dela q tirei um 18 sem precisar dos auxílios de memória...
E os estágios???...calhei com a pior colega de grupo q podia haver...trabalhei praticamente sozinha...trabalhos feitos às 4 da manhã...
Vida de estudante é mesmo assim...deixa muitas recoradções...todas elas nada haver com estudos nem trabalhos...lol
Acho q me afastei do assunto q escreveste neste post...mas apeteceu-me relembrar velhos tempos...
Beijocas grandes e bom fim-de-semana

Mi disse...

Ianita, "não nos basta sermos bons pelos padrões dos outros, mas temos de ser bons pelos nossos padrões" é uma grande verdade. Porém, o ensino é uma constante comparação e o mercado de trabalho assim o é, também. É difícil não nos seguirmos pelos padrões mais gerais... é que é nessa medida em que somos avaliados, entendes?
Para além disso, nos meios educativos que frequento sinto, cada vez mais, a tentativa de facilitar... não é retirar trabalhos que talvez seriam desnecessários, pois só servem para encher, mas elaborar testes mais fáceis ou evitá-los, uma vez que através deles chumba mais gente. Isso faz-me confusão...
A disparidade dos graus de exigência entre faculdades diferentes mas com o mesmo curso também é assim algo muito estranho... Porém, parece-me que o mercado de trabalho já começa a valorizar mais as instituições mais exigentes, independentemente da média.

Bom, desculpa este texto confuso, mas é final de semana e estou completamente arrasada... Obrigada pelo comentário!

Bom fim-de-semana!

Mi disse...

JFX, o mundo académico que eu conhecia é completamente diferente deste... são realidades mesmo quase opostas!
Quanto ao sonhador, também eu o sou e também acredito que vale a pena, ou já teria passado a outro campo, podes ter a certeza... Porém, não me conformo e grito e esperneio até ter pulmões! (Será talvez a nossa grande diferença...)
É assim, tu sabes que eu não sou de estudar e trabalhar intensivamente... mas já viste, com este facilitismo, nem é preciso! A verdade é que eu podia trabalhar mais que teria mais ou menos os mesmos bons resultados que tenho sem ter de me matar e que é muito semelhante aos resultados de outros que se matam quase efectivamente! Não há uma tradução fiel nas pautas do final do semestre daquilo que acontece na realidade... Para quê dar mais ao estudo se tenho de retirar de outras coisas de que gosto? Mas, mesmo assim, até tenho trabalhado muito... E nos trabalhos de grupo, nem imaginas! Não ando a ver o sol, nem pela janela... Ah ah!

Obrigada e boa sorte também para ti! Beijinho!

Mi disse...

Olha por Mim, o desemprego é melhor que a vida académica? Ah ah, espero nunca vir a descobri-lo!
Algo que tenho reparado, pela minha própria experiência de mudança de curso, por conversas com amigos e mesmo pelos vossos comentários: dentro da realidade académica existem tantos sub-mundinhos quantas as faculdades que leccionam, quase! É mesmo diferente essa tua descrição dos livros chatos e afins daquilo que eu vivo na minha, de trabalhos e trabalhos e mais trabalhos de grupo, tudo a dar com pau (e sempre na Mi, fogo, a ceguinha!).
Quanto aos estágios, espero calhar com alguém bom, ou razoável, vá, já que nestes trabalhos de grupo já apanhei de tudo!
E claro, para além do trabalho há sempre a festarola, o convívio... até na biblioteca se podem passar tardes de folia, podes acreditar!

Não afastaste nada do assunto, foi óptima a tua participação. É sempre bom recordar, não?

Beijinho! e bom fim-de-semana!

Å®t Øf £övë disse...

Mi,
O grave problema do nosso ensino, é que este governo está a dar mais importância a questões quantidade em lugar da qualidade.
Bjs.

Unknown disse...

Completamente de acordo. Eu pensei que era só no meu curso, mas pelo que vejo contigo acontece o mesmo. E é frustrante. Já tou a juntar algum para me formar no estrangeiro, pelo menos pra ter alguma credibilidade no curriculo e de facto aprender alguma coisa,

Mi disse...

Art of Love, parece que nessa luta do quantidade vs qualidade, a primeira tem prevalecido na sociedade...

Beijinhos!

Mi disse...

David M.F, existem diferentes realidades nos diferentes cursos, mas de uma coisa não estás livre: investir na formação pela credibilidade do currículo e real aprendizagem, como disseste - penso que é realmente verdade.

Pede um empréstimo para estudar! he he!

Gato disse...

Amor,
depois de 5 anos a estudar e ainda com a tese por defender, como eu te compreendo. Eu estava que nem um doido para os cadeirões (com 3 dias de antecedência, não dava mais lol) mas aplicava bem o tempo de estudo e nem sempre tudo corria bem ... mas infelzmente tudo corria bem aquela pessoa que estava mesmo ao meu lado com uma noitada em cima ainda a cheirar a alcool com o dossier aberto, as cabulas nas calças, nas amngas, na caneta ... tudo lhe corria mesmo sem os professores saberem o nome dele, ele acabou o curso e já está a trabalhar. É injusto, pois é, mas a minha ocnsciência está tranquila e uma papelaria não é assim tão má.
AMO-TE
força coração, os meus ombros e ouvidos serão sempre um porto de abrigo.

Mi disse...

Gato, eu sei que tu sabes que me referia eu, especificamente, não é?
Ainda bem que tu és grande, tens grandes ombros e fortes para me ajudar a aguentar.