sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Fôlego.

Se calhar, notaram a minha ausência... Não?
Bem, isto foi só uma fraca maneira de esconder a massagem ao ego que foi compreender que a actualização do meu blogue faz falta a algumas - não muitas, mas, ainda assim, algumas - pessoas.

É verdade: tive de enfrentar a chuvada dos últimos dias sem guarda-chuva, o que me valeu uns belos tempos fechada no automóvel à porta de casa. Estava tão perto, mas tão longe... E o ar começava a ficar saturado por não circular e aquele espaço parecia-me pequeno demais para mim e só me apetecia chamar pela minha mãe! Foram uns dias difíceis.
Contudo, depois dos momentos de aperto, vêm aqueles do descanso - ainda que sejam tão poucos que mal compensem os anteriores! Aí, enquanto se recupera o fôlego, a mente parece que trabalha mais depressa. O sangue volta a correr nas veias e a chegar ao cérebro e deixamos de pensar por ímpetos automáticos de sobrevivência; passamos de reactores a actores.

Diz-se que, nos momentos de aflição, a vida nos passa pela frente, como se os nossos olhos fossem espectadores de uma tira de cinema que conta a nossa própria vida. Porém, só se diz isto nos tempos que se seguem aos cataclismos!
De facto, penso que só aí conseguimos organizar as ideias e perceber que, durante a asfixia, fomos procurar oxigénio às nossas recordações, logo, é nessa altura que colocamos realmente a tira a correr.

Play mode.



Enquanto ela corre, eu questiono-me: Quem é que a realizou?

27 comentários:

Anónimo disse...

saudades ...
por acaso já me interrogava para quando uma actualização, visto que todos os dias abro o teu blog, mas nada de novo se passava e pensava para mim "será que já descobri tudo sobre ela e ela foi de férias e não avisou" ... férias? secalhar não é a palavra mais apropriada para estes últimos dias de água e mais água e a seguir mais água.
Eu não sei quem realizou mas sei que eu tenho uma bela máquina de vídeo ... concordo contigo no aspecto que quando estamos mais aflitos ou stressados tudo acelera e a adrenalina toma conta de nós e por breves momentos mostra-nos um raio de sol no meio de uma tempestade ...
bjao gigante e bem-vinda de novo :)

Anónimo disse...

Convencida...mas alguém tem saudades tuas ou quê? Deste-me uma tarefa, como tal e como não actualizas-te nada, tive que te requisitar um "update" para poder efectuar a tarefa que me foi incumbida por ti. Ainda assim, CONVENCIDA :D

Lololololololol

Tanto como muitas pessoas e ainda mais do que muitas (talvez até mais do que vós) poxo reafirmar esse facto da famosa tira de cinema...Sim é verdade, quando o medo se apodera de ti num momento de puro instinto, a tentar fazer de tudo, enquanto vês algo a correr mais mal do que o suposto...sim, todas as tuas memórias passam a frente dos teus olhos enquanto ainda lutas pela aflição...é como que uma espécie de preparação para dizer adeus a tudo o que te fêz feliz, a tudo o que te marcou. E quando são situações graves, (sim, como eu), aí, até após esse momento de aflição tudo se prolonga...essa fita cinematográfica da tua vida, passa-te milhentas vezes pelos teus olhos, como que estivesses congelada a olhar para o infinito, imaginando tudo, dando glória a todos os bons momentos, agradecendo a todos os intervinientes dessa fita...depois chega o momento da lágrima, seguida da valorização de vários aspectos que numa vida normal raramente enaltecemos porque pensamos ser "banais". Engraçado que nestas alturas raramente, ou até arriscaria a dizer "nunca", as más memórias da vida nos passam pela frente, apenas as boas passam, desta forma digo que sejamos nós a despedirmo-nos de tudo.
Enfim, mas isto são situações de extrema aflição.

Quem realizou a fita? Tu e o mundo onde vives. Isto porque se algo que faças hoje te marque pelo positivo, que fique como uma memória para nunca esqueçer, acredita...numa possível aflição futura (espero que não), esta memória passar-te-á pelos olhos.

Enfim, isto foi o que se passou várias vezes comigo...

Bjs grnds

Ianita disse...

Tu!

Às vezes custa perceber... mas nós somos os realizadores do nosso próprio filme... e não podemos passar a vida à espera que venha outra pessoa salvar-nos e dizer-nos o que fazer...

Kiss e benvinda!

João disse...

Às vezes faz bem apanhar chuva.
Torna-nos mais resistentes.
E não passa de água que vem de cima.

Foi realizada por ti e por todos os que passaram pela tua vida.

Anónimo disse...

Tenho que te confessar que eu faço parte desse conjunto de "poucas" pessoas ás quais a actualização do teu blogue faz falta.
Já ansiava por um novo texto!

Gosto sempre dos finais que dás aos teus textos. E este nao foi excepção.

"Enquanto ela corre, eu questiono-me: Quem é que a realizou?"


Fomos nós em conjunto com todos aqueles que por nós passaram :)


Beijinho Mii *

telma disse...

as nossas recordações são sempre uma mais valia em qualquer situação. *

Anónimo disse...

Já tinha saudades de ler um texto teu :)

"Diz-se que, nos momentos de aflição, a vida nos passa pela frente, como se os nossos olhos fossem espectadores de uma tira de cinema que conta a nossa própria vida."

Senti isto há tão pouco tempo... *

PB disse...

Recordações nunca se devem apagar. E também por isso, a malta sentiu a tua falta! ;) Lol
Beijinhos

Anónimo disse...

Demoraste a voltar...mas voltaste em grande...lol
Prefiro saltar a parte em que a vida tem momentos de aflição...tenho a ansiedade à flôr da pele...aflição...q é isso???...lol...lol...
Quanto ao realizador...acho q cada um é o seu prórpio realizador...no entanto quem nos rodeia tb ajudam muito ao filme...lol
Beijocas enormes e aproveita estes dias q tens de descanso

Anónimo disse...

Já agora, aproveito para pedir desculpas aqui ao pessoal e à Mi pelos meus testamentos...mas, é só para ajudar! :D

Bjs à Mi e cumprimentos para todos vós.

Anónimo disse...

Ás vezes é melhor andar à chuva livremente em vez de ter de fazer imensos e trabalhosos esforços para manter o chapéu em posição devida para não nos molharmos. e tudo piora quando o vento tb insiste...

Mas quando a chuvada passa, o sol volta, e percebemos que por muito que nos tenha custado o sufoco do ar no carro para evitar a chuvada, valeu a pena... sorrimos e nem pensamos que poderiamos ter enfrentado tudo debaixo de chuva!

beijinho * JFX

Vale que há bem mais dias de sol que de chuva... ;)

Anónimo disse...

passa no meu :) *

Mi disse...

Gato, ainda bem que tens uma bela máquina de vídeo! Eu, pelo menos, espero que sim.

Mi disse...

Miguel Serra, eu sei que foste um dos que sentiu a minha falta! He he.
Mas então, tu tens consciência da fita da tua vida te passar à frente durante esses momentos de aflição? Ou só é ponderado quando já passou e aí é que te apercebes que te agarraste ao bonito da tua memória?

Obrigada pelos bocadinhos de ti que dás neste espaço. Mesmo! Beijinho enorme.

Mi disse...

Ianita, é verdade, as esperas às vezes são irreversíveis, relativamente aos momentos presentes que deixamos fugir enquanto aguardamos o salvador!

Mi disse...

João, ainda bem que agora tem estado um lindo solinho, torna-me mais alegre e resistente, tem dupla funcionalidade!

Mi disse...

Sofia, que amor, ainda bem que sim! Obrigada pelas tuas palavrinhas doces, tal como tu!

Já não falamos há muito tempo, não é?

Mi disse...

Telma, é verdade, não é só nos maus momentos, não senhora...

Mi disse...

..., e eu já tenho saudades de ter tempo para andar por aqui, pela blogosfera!

Beijinho!

Mi disse...

Pedro Barata, é por isso que eu tenho tentado não desistir, para que a malta não sinta falta por causa da recordação da Mi! He he!

Beijinho!

Mi disse...

Olha por Mim, obrigada pelo elogio! E por esse optimismo todo em relação à vida.
É uma realização comparticipada, esta nossa vida, então! He he!

Beijinhos.

Mi disse...

Miguel Serra, fica à vontade para te alargares nos testamentos!

Beijinhos para ti também!

Mi disse...

JFX, repito o que disse ao João: ainda bem que têm estado ultimamente dias de solinho! Se não fosse isso, acho que desfalecia. He he!

Força aí, sempre! Beijinho.

Mi disse...

..., querias que visse algo em especial?

Beijinho!

Anónimo disse...

...já deu á costa... :p

É impossível ter consciência nesses exactos momentos de aflição, que a fita está a passar á tua frente! Nessas alturas todo o nosso físico e psicológico trabalha apenas para reagir a essa aflição mas, paralelamente a fita continua a passar, obra do psicológico! Nesses momentos é tudo ao mesmo tempo, não dá para aperceber, pelo menos quando a aflição vai aos extremos... É nessas alturas que os níveis de adrenalina sobem ao seu auge e não há espaço para pensar em paralelismos! Sim, acho que só posteriormente é que nos lembramos e damos valor ás coisas que vimos na fita.

Beijinhos

Å®t Øf £övë disse...

Mi,
Os dias de sol, e com algum quentinho à mistura estão de volta, e com eles talvez o sangue volte a correr nas veias...
Bjs.

Mi disse...

Art Of Love, o sangue voltou a correr nas veias, sim, desde o Carnaval!