sábado, 23 de maio de 2009

Amizades (III).

No processo de construção da amizade, constrói-se um plano de expectativas, baseado naquilo que julgamos conhecer do outro, a quem chamamos de Amigos.
A verdade é que os nossos amigos esperam algo uns dos outros; os amigos esperam que os seus amigos sejam amigos, não sentem simplesmente vontade de ser amigos dos amigos.

De facto, os Humanos são estranhos: só se dão quando existe uma moeda de troca! Mesmo em algumas das mais belas amizades.

Abrir Parêntesis. Hoje fez anos uma rapariga que foi minha colega dos 3 anos até ao 12ºano, sem paragem, e que entrou na mesma faculdade que eu no meu primeiro ano de caloira, antes de decidir mudar de curso. Foi aquela a que posso chamar de verdadeira Colega-de-Sempre.
Ainda que nunca tenhamos sido as melhores amigas, tal era a competição unilateral que estabelecia comigo, ou consigo própria passando por mim, foi giro que olhei para o telemóvel no momento em que passou para as 00h00 e para o dia 23 de Maio e instantaneamente me recordei dela e lhe enviei um sms, ao qual respondeu prontamente. Não sei porquê, senti-me bem; senti que ficou mais do nosso relacionamento de anos do que aquilo que eu algum dia julgara! Fechar Parêntesis.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Enterro do Caloiro.

Foi durante as praxes que as pequenas caloiras cruzaram os primeiros olhares entre elas. Tudo fazia prever que aquele grupo tão diferente e competitivo brevemente entraria em choque... e assim foi.
Porém, juntas rastejaram, cantaram, reclamaram, dançaram, encantaram e aguentaram... Até que os trabalhos começaram a ser pedidos, as apresentações comparadas, ideias copiadas e as avaliações a sair. A competição é lixada, mesmo! Então, quando está tudo com o cansaço à flor da pele, nem queiram imaginar o tamanho que o nosso ego pode revelar...
Ainda assim, algo foi sendo construído - uma turma: com as suas características muito específicas, mas um relacionamento - mais ou menos pacífico - entre todas as pequenas caloiras... que deixam de ser caloiras!

Uma festança de pinguins, onde muitas memórias do longo ano - que ainda não terminou - ressurgiram e foram relembradas, com um sorriso e, para algumas, com uma lágrimazita no cantinho do olho. Ao som da tuna, os corpos são embalados em sintonia... e os copos na mão ajudam à grande festa da amizade!

Será que quando se enterra o lado caloiro, não se pode enterrar conjuntamente aquel'outro competitivo egocêntrico?

Please, give me a break! Sou alérgica a este tipo de competição.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Semi-Verão.

Já me começou a cheirar a Verão. Sabem o que é que isso significa? Vontade de não fazer nada.

É estranho, mas passo o ano a desejar ter tempo para tantas outras coisas - aquelas que gostaria verdadeiramente de fazer, mas que as obrigações não mo permitem sempre - e quando finalmente o tenho, deixo-me invadir por uma qualquer-coisa que me desacelera o cérebro e os membros... e paro.
Sem dúvida que Verão também é sinónimo de praia e férias e afins; mas algo que o caracteriza muito, para mim, são os passeios pela casa vazia, pela manhã, quando uns já saíram para o trabalho e outros ainda dormem, descalça e perdida nos meus próprios pensamentos, falando sozinha... sentindo-me vazia.

Não gosto nada daquela sensação de desocupação, estúpida desocupação, de arrastamento pelos dias, envolvida pela inércia, de sol a sol. E tento combatê-lo!, claro - umas vezes com maior e outras com menor sucesso.
O Verão passado consegui-o muito bem: não parei em casa. Foi fantástico ter ido do final das aulas para a Praia da Galé (monitora de colónia de férias); daí para Braga (visita desejada durante todo o ano aos "tios & primos"); de lá para a Cidadela (ensaio com o conjunto, eu e as minhas baquetas); voltei para casa, mas com a missão-Lisboa (guia turística para uns amigos americanos); rapidamente, parti para Loppiano, Florenza (escola de vida); regressei à minha zona, mas para a casa da amiga (família ainda no Algarve, tempinho com uma das melhores); família regressada, todos para Fátima (Mariápolis Férias também muito aguardada); uma noite em casa e voámos para London (férias familiares, finalmente); regresso final a casa, com a pré-época em força (treinos de basket a toda a hora). Ufff... Nos intervalos, não passei 5 dias seguidos em casa!
Acho que me saí bem e que tenho de repetir a dose este ano para evitar buraquinhos no estômago...

Porém, ainda não é Verão! Bolas: ainda tenho aulas, testes, apresentações e entregas de trabalhos. Como é posso sentir este cheiro a Verão? Pior - como é que posso sentir aquela inércia da desocupação com tanto para fazer?
Esta manhã não tive aulas. Tentei dormir até mais tarde, mas acabei acordando com as obras. Pensei em trabalhar, mas o silêncio da casa vazia à média-luz para espantar o calor chamou por mim... e caminhei, descalça, perdida nos meus pensamentos, até ao vaziozito mais próximo.

Um bom banho deve combater o adormecimento.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Amizades (II).

Os nossos amigos gostam de nós? Sim, mas mais das nossas qualidades, do que dos nossos defeitos... Porquê? Porque o que temos de bom significa uma mais valia para eles.
Se é uma mais valia para eles, é normal que cuidem de nós... Mas é também natural que não nos coloquem à frente deles mesmos. É que, se a coisa der para o torto, antes de nos limparem as lágrimas, talvez expludam com o que têm dentro para cima de nós.
Depois, será que acordam e tiram o lenço do bolso para nos emprestar, enquanto nos acariciam o cabelo, descansado no seu ombro? Visto que são nossos amigos, sim, mas demoram um certo e variável tempo... depende do tamanho do seu próprio ego.

E isto acontece com muitos dos nossos amigos... Não os torna menos amigos, torna-os simplesmente uns amigos mais infectados pelo mundo - é tudo inconsciente o suficiente para não serem considerados amigos falsos.

Felizmente, ainda há excepções de puras e genuínas pessoas.

sábado, 2 de maio de 2009

Amizades (I).

Os amigos, às vezes, são piores que as mães-galinha: defendem os seus com unhas e dentes, tomam partidos, mesmo sem saberem pormenores daquilo que aconteceu; reagem - não agem, reagem - ao sofrimento daqueles de quem gostam e correm riscos.

Riscos? Sim, bolas: conclusões precipitadas.


Precipitações de lágrimas assolam amigos.

Tudo isto depois de um dia fantasticamente solarengo vivido na Cidadela, no dia 1 de Maio! O que vale é que aqui a baterista ficou com algumas dores nos braços mas o espírito cheio... cheio de força para mostrar aos amigos o que é realmente importante.